quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Retrospectiva


Este ano de 2008, com certeza, foi um ano de muitas conquistas pessoais.
Mas apesar de toda comemoração e gratidão que tenha por isso, não vale aqui apenas um depoimento firmado na primeira pessoa e, sim uma retrospectiva pessoal do que observei no meu país e no mundo durante todo este ano que passsou.
E o que vi, infelizmente, foi a violência, a corrupção e a impunidade.
Sei claro, que os homens imperfeitos como são e tão distantes de Deus como estão, não são capazes de julgar a si mesmos ou ao menos refletir sobre os seus atos, como então podem julgar com presteza os outros? Entretanto, temos em todos os países instituições vinculadas à justiça e homens que, a princípio, estariam incumbidos de fazê-la.
Este ano foi marcado não só em minha cidade, Rio de Janeiro (Brasil), como em vários estados deste país, pela violência e pela barbárie.
A violência covarde contra crianças e velhos nos deixou a todos não só estarrecidos como imensamente preocupados.
Não importa o que cada um entende por família e nem isto está em discussão aqui, importa sim discutir sobre: AMOR, RESPEITO, FRATERNIDADE E SOLIDARIEDADE.
E não falo assim apenas localmente, ou no meu país. Podemos e devemos entender essa como uma reflexão para todo o mundo.
Não existe sistema ideal, homens ideais, sociedades ideais. Entretanto, estamos lidando com um mundo doente e agonizante - nisto temos que refletir.
Digo, uma reflexão profunda não só sobre a crise econômica, mas sobre a doença que corrói a alma dos homens e os torna insensíveis a dor do outro. O desrespeito total pela vida, seja qual for a sua forma e o escárnio pela miséria e a morte de milhares em prol de qualquer ideologia facista e pequeno-burguesa.
Coisas boas aconteceram, sem dúvida... contudo, a mídia nos bombardiou com as piores situações, reais, mas que a imprensa tratou de usar com seu sensasionalismo peculiar.
Não sei se sou apenas eu, mas estou exausta de ver nos jornais matérias superficiais sobre acontecimentos seríssimos que nos chocam e amedontram todos os dias. Estou cheia de ver mulheres peladas ocupando as capas de revista enquanto muitos morrem ou perdem seus bens, suas casas e famílias em tragédias "anunciadas" como as do Estado de Santa Catarina com as chuvas.
As sociedades e seus diversos segmentos não discutem, não debatem, não dialogam. Apenas empurram com a barriga e assistem às tragédias pela televisão.
Soluções? Existem sim! É só vestirmos a carapuça que nos cabe, arregaçar as mangas e fazer alguma coisa... nem que seja abrir a boca ou atirar um sapato no Bush, aliás,
que campanha será feita (internacionalmente) a FAVOR DO JORNALISTA QUE TEVE TÃO DIGNA ATITUDE?????
Desulpem se fui longe demais agora, será que fui mesmo? Deixo tudo que escrevi para reflexão daqueles que aqui se detenham e tenham a curiosidade de ler este texto até o final. Conto mesmo com a opinião de todos.

domingo, 9 de novembro de 2008

"Eu estive no topo da montanha"






Este é o título do último sermão de Matin Luther King.

Distribuído aos fiéis da igreja em Memphis, Tennessee, no dia 03 de abril de 1968, portanto, na véspera de seu assassinato em 04 de abril, cujo trecho eu reproduzo:

"Bem, agora não sei o que me acontecerá. Teremos alguns dias muito difíceis pela frente. Não tem importância para mim agora, porque eu já estive no topo da montanha. Não me importo. Como qualquer um, eu gostaria de ter vida longa. Longevidade tem o seu lugar. Mas não estou preocupado com isso agora. Eu só quero fazer a vontade de Deus. E ele tem me deixado ir ao topo da montanha, já posso enxergá-la; eu já vi a terra prometida. Talvez não chegue lá com vocês. Mas quero que saibam hoje à noite, que nós, como povo alcançaremos a terra prometida. Estou feliz nesta noite. Não estou preocupado com nada. Não estou com medo de nenhum homem. Meus olhos já viram a glória da vinda do Senhor."

"O Reverendo King lembrava, assim, de um outro líder - Moisés, que levou seu povo à liberdade, mas não entrou na Terra Prometida (Dt 34)." (MELLO, Editorial *IPC, 2008)

E assim eu desejo começar a falar da histórica eleição do presidente negro Barack Hussein Obama.

A verdade é que esta eleição só foi possível porque houve um enfrentamento, pela sociedade daquele país, do problema racial. O ódio racial nos Estados Unidos, gerou guerras, confrontos, líderes e mártires, gerou o aparthaid na África do Sul, como também criou uma discussão, uma comoção social, uma história que permitiu que os EUA elegessem o primeiro presidente NEGRO ou AFRODESCENDENTE, da nação da Ku Klux Klan (formada no mesmo Tennessee).

Muita gente tem um sonho... Não somos poucos, somos muitos. Por quê? Porque neste mundo satânico onde o pior da natureza humana aflora o tempo todo, aqueles que estão próximos de Deus não só oram, mas são luzeiros do mundo lembrando que é possível ser humano. O povo de Deus enfrenta e muda os rumos da história, justamente, porque são Nação Santa. E são estes mesmos que se contrapõem ao mal que reside neste mundo. Por isso eu digo com todas as letras: SONHE, O SONHO EXISTE E PERSISTE, somente porque somos aqueles a quem Deus abençoou com seu amor. Temos nossas lutas e tribulações mas CREMOS, e como Mantin Luther King podemos afirmar: "Não estou com medo de nenhum homem. Meus olhos já viram a glória da vinda do Senhor."

Deixo para que todos possam refletir mais, sobre este momento histórico, a opinião dos grandes estadistas do nosso tempo que comentam sobre as eleições presidenciais americanas:

Hugo Chávez, presidente da Venezuela:

Em nota da chancelaria venezuelana, Chávez, um crítico feroz do governo de George W. Bush, estendeu os cumprimentos aos americanos pelo resultado eleitoral: "A eleição histórica de um afrodescendente na liderança da nação mais poderosa do mundo é um sintoma de que a mudança de época gestada no sul da América poderia estar batendo às portas dos Estados Unidos"

Evo Morales, presidente da Bolívia:

O líder boliviano aplaudiu a "grande vitória" e previu uma retomada nas atualmente deterioradas relações entre os dois países.: "Obama é uma homem que vem de setores discriminados e escravizados. Meu grande desejo é que o senhor Obama possa suspender o embargo a Cuba, retirar as tropas de alguns países, e também assegurar que as relações entre a Bolívia e os Estados Unidos vão melhorar", afirmou o presidente boliviano.

Fernando Lugo, presidente do Paraguai:

"A eleição de Obama traz esperança para América Latina" disse o ex-bispo. Para Lugo, a eleição de um negro representa uma perspectiva nova para um mundo que exige uma postura mais humanista de seus governantes. "[A eleição] gera esperanças para a América Latina, abrindo a possibilidade de um diálogo mais fluido e construtivo sobre os temas de desenvolvimento, direitos humanos e migração", afirmou Lugo. O líder paraguaio espera que a vitória do democrata possa melhorar também as condições de vida dos cidadãos latinos que vivem nos Estados Unidos e reorientar a política de migração do país.

Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai:

Vázquez ressaltou que o que o governo democrata conseguir "será bom para os americanos e os cidadãos do mundo". O líder uruguaio desejou "o maior dos êxitos" a Barack Obama e também pediu uma melhor relação bilateral, com o aprofundamento do intercâmbio comercial: "Nossos cumprimentos" a Obama pela "estupenda jornada cívica vivida pelo povo-irmão dos Estados Unidos". Primeiro socialista no poder no Uruguai, ele disse que o Uruguai seguirá "na mesma linha" com Washington, com o objetivo de "melhorar o relacionamento, o intercâmbio cultural e científico e também melhorar o intercâmbio comercial".

Michelle Bachelet, presidente do Chile:

A chefe de Estado celebrou a eleição do primeiro presidente negro dos EUA. Para a líder chilena, as principais preocupações do democrata são "as mesmas do Chile": a justiça social e a igualdade de oportunidades. A presidente chilena afirmou que a eleição do senador de Illinois é "um momento histórico", enquanto o mundo atravessa sérias dificuldades no âmbito econômico, energético e alimentar. "Toda a comunidade internacional precisa de novas soluções e uma preocupação especial pelos mais desprotegidos, e estou certa de que Barack Obama é a expressão dos sonhos de toda uma nação por um futuro melhor e mais cheio de esperança", afirmou.

Angela Merkel, primeira-ministra alemã:

Merkel congratulou o novo presidente dizendo estar convencida que a cooperação entre os Estados Unidos e a Europa será "estreita e marcada pela confiança mútua". Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que com Obama os americanos elegeram também uma mudança na política externa, e que as relações com os Estados Unidos deverão melhorar.

Presidente da França, Nicolas Sarkozy:

Ele parabenizou o democrata por sua "vitória brilhante" nas eleições e ressaltou que o resultado gera uma imensa esperança para a França, Europa e o resto do mundo. Sarkozy falou com o presidente eleito sobre sua conquista, mudança e otimismo, segundo um comunicado emitido pelo governo.

Primeiro-ministro britânico, Gordon Brown:

"Gostaria de oferecer minhas sinceras felicitações Barack Obama por sua eleição para a presidência dos Estados Unidos", afirma Brown em um comunicado. "As relações entre Estados Unidos e o Reino Unido são vitais para nossa prosperidade e nossa segurança (...). Barack Obama fez uma campanha inspiradora e espalhou uma grande energia política com seus valores progressistas e visão de futuro", acrescentou.

Primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi:

Um dos mais fortes aliados do presidente George W. Bush, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi parabenizou Barack Obama, afirmando que a parceria entre os americanos e a Itália será a mesma: "A colaboração com os Estados Unidos, país da coragem e da liberdade, continuará assim como tem sido nos últimos anos com o sentimento de uma gratidão sempre viva em nós", disse ele.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU:

Para Ki-moon, a eleição do democrata Barack Obama à Casa Branca oferece ao mundo uma "oportunidade histórica para iniciar uma era de multilateralismo renovado", no qual desempenharão um papel fundamental "as relações entre os EUA e as Nações Unidas". O secretário-geral da ONU afirmou ter "acompanhado de perto e com grande interesse a campanha eleitoral dos EUA", e disse ter ficado impressionado com alguns conceitos "expressados com eloqüência pelo candidato (democrata)". A ONU vê com interesse a vontade de Obama de dialogar com todos os líderes do mundo, mesmo com aqueles mais controversos.

Primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark:

Ela também felicitou o democrata, comentando que o candidato chega à Casa Branca em meio a "uma difícil conjuntura". A trabalhista Helen, que no próximo sábado tentará a reeleição nas urnas, parabenizou a vitória do Partido Democrata nos EUA e disse que a Nova Zelândia quer trabalhar com o Governo Obama.

"Existem muitos desafios no âmbito internacional, incluindo a crise financeira e o aquecimento global. Esperamos trabalhar de perto com o presidente eleito e sua equipe para superar isso."

Presidente do Afeganistão, Amid Karzai:

"Eu aplaudo o povo americano por sua grande decisão e espero que a nova administração dos Estados Unidos da América e a grande manifestação de preocupação com os seres humanos e a falta de preocupação com a questão de raça e cor ao eleger um presidente contribuam para trazer os mesmos valores ao resto do mundo mais cedo ou mais tarde. Eu aplaudo o povo americano uma vez mais e espero que essa eleição e a chegada do presidente Obama tragam paz ao Afeganistão, vida ao Afeganistão e prosperidade para o povo afegão e o resto do mundo."

Presidente da Comissão Européia, José Manuel Durao Barroso:

"Nós precisamos transformar a atual crise em uma nova oportunidade. Nós precisamos de um novo acordo para um novo mundo. Eu sinceramente espero que com a liderança do presidente Obama, os Estados Unidos da América juntem forças com a Europa para levar a esse novo acordo. Pelo bem de nossas sociedades, pelo bem do mundo."

Presidente do Quênia, Mwai Kibaki:

"Nós o povo do Quênia estamos imensamente orgulhosos de suas raízes quenianas. Sua vitória não é somente uma inspiração para milhões de pessoas em todo o mundo, mas tem um eco especial para nós aqui no Quênia."

Primeiro-ministro japonês, Taro Aso:

"À medida que o mundo enfrenta muitas dificuldades, estou seguro que os Estados Unidos, sob a excelente liderança do presidente eleito Obama, irão avançar ainda mais e ao mesmo tempo cooperar com a comunidade internacional. "A aliança nipo-americana é chave para a diplomacia japonesa e é a base para a paz e a estabilidade da região Ásia-Pacífico. Com o presidente eleito Obama, eu estreitarei a aliança EUA-Japão ainda mais e trabalharei para resolver as questões globais como a economia mundial, o terror e o meio ambiente."

Presidente da África do Sul, Kgalema Mothlanthe:

"A África, que hoje sente-se orgulhosa de sua façanha, só pode almejar uma relação de trabalho frutífera com você em nível bilateral e multilateral no nosso empenho para criar um mundo melhor para todos os que vivem nele. "Nós expressamos esperança que a pobreza e o subdesenvolvimento na África, que continua sendo um desafio para a humanidade, continuará recebendo atenção maior na nova administração."

Primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper:

"Eu estou ansioso para encontrar-me com o presidente eleito, de modo que possamos continuar a estreitar os laços especiais que existem entre o Canadá e os Estados Unidos. "Nas semanas e meses à frente, autoridades e diplomatas canadenses estarão trabalhando próximo a membros da equipe de transição do presidente eleito Obama. Ministros do nosso governo estão ansiosos por construir uma forte relação de trabalho com seus parceiros em um novo gabinete de Obama."

Embaixador Paquistanês em Washington:

"O presidente (Asif Ali) Zardari expressou esperança que as relações entre os Estados Unidos e o Paquistão sejam intensificadas sob a nova liderança americana que recebeu seu mandato popular nas eleições de terça-feira. "


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*IGREJA PRESBITERIANA DE COPACABANA - IPC

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Entre Cordeiros e Lobos

Lucas 10: 3 - Ide; eis que vos envio como cordeiros ao meio de lobos.

Neste contexto, Jesus envia os discípulos pelo caminho, para que eles pudessem experimentar o que é seguir o Cristo, o que é Nele se espelhar.
Eles seguiram suas pegadas; se foram de par em par para ensinar, curar, amar, zelar por aqueles que necessitavam e combater as injustiças deste mundo.
Tarefas bem complexas, não? Foi lhes dado “poder” para tanto. Dizemos que o Senhor capacita os trabalhadores para a sua seara.
Os cordeiros tem seus nomes guardados, e os lobos?
Alguém já parou para pensar o que significa ser um cordeiro em meio aos lobos? Alguém já se perguntou como e por que os discípulos foram, sem temor, por onde Jesus os enviou?
Apenas um versículo suscita tantas e tão importantes perguntas.
Somos cordeiros ou lobos?

No espelho meus olhos são cordeiros, mas muito de lobo resta em mim...
Nos meus olhos de espelho seus olhos são dois lobos, embora você deva ter muito de cordeiro... quem sabe?
Eu não sei, apenas leio nas entrelinhas ou nas linhas descaradas dos seus versos, as dores, mordidas de caninos que eu dispenso. Eu disse e repito, não quero as dores que me são impingidas, já tenho minha história. No céu eu deixo os balões coloridos das ilusões insensatas e abraço os sonhos de amor e as perspectivas de uma trajetória comum de entrega...
Eu sei o que eu quero! Vou como cordeiro em meio aos lobos porque sei a quem sirvo. Vou como cordeiro mesmo sabendo que não sou e nem posso ser perfeita. Vou como cordeiro porque sei que internamente, transformações se processam continuamente...
Não passo cheques em branco ou entrego minha vida nas mãos de outros.
Minhas palavras são minhas e cada uma delas eu peso e penso, faço escolhas todos os dias, e a cada dia escolho ser feliz.
Um dia alguém me disse que meu silêncio era como uma bofetada.
Meu silêncio é apenas uma pausa, um ponto de reflexão, eu nunca quis agredir com o meu calar. Na verdade, acho que justo ao contrário, para não agredir eu calo. E como já disse em outros textos meus, rumino idéias, as faço voar sobre a minha cabeça e vou coletando palavras para expressar o que sinto.
Desejo ser verdadeira, sem me incomodar com as suas mentiras.
Assim sigo o sol nos dias de luz e a lua, nas noites em que conto meus amores... imaginando a dor de quem a si mesmo se chama de “cafajeste”.

PS: Verbete, cafajeste – pessoa a quem não se presta importância; indivíduo sem nobreza de sentimentos, com má-formação de caráter, em quem não se pode confiar, velhaco e por aí vai (Dicionário HOUAISS, 2004, p.558).




*****O Senhor cuida de seus cordeiros e os ama, os fortalece e os coloca em meio aos lobos para que estes saibam da Glória do Cordeiro de Deus.

domingo, 12 de outubro de 2008

Vestígios de mim

Eu sou clara como água cristalina.
Sou turva como água barrenta que se avoluma em dias de muita chuva.
Clara&turva, como saber quem eu sou?
O caminho que faço ao caminhar deixa vestígios de mim. Você deseja saber quem eu sou?
Atenção... preste atenção aos meus detalhes: a roupa que deixo pela casa quando chego do trabalho, o banho demorado, os meus pequenos prazeres, aos meus restos de comida, ao brilho dos meus olhos, ao som que eu escuto, a minha janela que se abre aos verdes e azuis de cada dia, atenção ao que eu escondo todos os dias!
Você deseja mesmo saber quem sou?
Procure meus sinais, os meus rastros em minha poesia.
Ali, para lá do que eu sou está transcrito... um conjunto de ME-TA-FO-RAS, mais que tudo – BÚSSOLA DE MIM apontando meus múltiplos destinos, minhas crenças, meus princípios, meu corpo que arde, minha boca que pede sempre um doce fruto.
Costumo dançar nos telhados e adoro os ventos, sou uma força da NATUREZA.
Mas tenho cá meus defeitos, costumo sonhar com alguém que tente saber quem eu sou através do meu coração. E, quem lê corações ? Fernando Pessoa mesmo diz que o poeta é um fingidor! permitam-me, humildemente, discordar pois, vejo poemas e versos como diálogos internos ou mesmo como diálogos com o mundo, com o outro.
Bússola de mim é minha poesia, volto a afirmar... neste conjunto de versos, rimas, palavras, disritmias pode-se ver a picada que abri em meio a toda esta selva de escolhas.
Dentro de mim um canto para cada coisa: uma lua, um sol, um mar e muito mais, um eu, um você, um nós.
Quando estou triste – canto.
Quando estou alegre – mergulho nas águas do mar sem fazer questão de voltar.
Quem eu sou? Não é fácil saber. É mesmo difícil conhecer alguém. Quando amamos aí sim tentamos. Se amarmos muito, consideramos a possibilidade de sermos diferentes e melhores, simplesmente, porque o amor nos preenche de tal forma, que modifica tudo.
Desta forma posso concluir que é preci-necessário (expressão dos Novos Baianos), AMAR – para se ter coragem de juntar vestígios e pedir a Deus para ser capaz de ler este pergaminho, este enorme livro que é cada um de nós.

(*) Inspirado na música "Rastros" de Delayne Brasil e Laura Esteves.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Intimidade entre Estranhos

Caminhando por Copacabana, em plena quarta-feira, em um raro momento de folga, dei de cara com um cartaz do último CD do Frejat cujo título era justamente este: Intimidade entre Estranhos.
Fui pagar contas, almoçar, bater perna, e nada daquelas palavras saírem da minha cabeça - eu as processava interiormente.
Na verdade isto é quase automático em mim, quando capto algo de forma consciente, o que faço é ruminar e buscar no meu inconsciente alguma coisa que me incomoda e me faz refletir, sentir e finalmente re-processar, racionalizar, elaborar um discurso.
Deixei, portanto, minha mente livre para livres associações.
A primeira coisa que pensei foi em minha “síndrome”, na verdade eu é que a chamo assim, estou me referindo a minha hipermetropia. Alguém sabe o que é hipermetropia? Eu tenho uma visão bem particular do assunto, um conceito próprio, trata-se da “arte de não ver o mundo de muito perto”, por isto se faz necessário um anteparo: as lentes, os óculos.
A segunda questão que me coloquei foi a seguinte: quem é o estranho? quem é o próximo?
Fui atrás então de uma definição para estas questões. Segundo o Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa – O GLOBO, estranho é todo aquele que é de outro lugar, o estrangeiro, o esquisito, o misterioso, o desconhecido. De forma análoga, o próximo é aquele que está perto, o contíguo, o chegado ou o conjunto de todos os homens – o amor ao próximo.
Portanto, juntando A + B, concluí de forma aleatória, que para mim o estranho é na verdade o meu próximo, por mais que tudo isto pareça contraditório.
E a intimidade? Eis aí mais uma incoerência, a intimidade pressupõe dedicação, afeição, é aquilo que está muito no interior, na profundidade do ser, refere-se a algo a que se está muito ligado.
E tudo fica bem mais interessante! Controvérsias a parte, eis um momento muito particular, volto a refletir: como amar alguém com quem nunca se esteve frente a frente, como sentir tanto desejo por uma pessoa que a gente nem conhece, porque se dar ao trabalho de imaginar seu olhar ou a sua risada clara?
Penso, é tão simples classificar tudo que sinto como uma fantasia, como um defeito perfeccionista? Mais uma conclusão: é muito mais fácil desejar quem não está perto da gente, porém, nem isto é mesmo conclusivo.
Outra coisa é amar o cotidiano, o previsível, aquele que está ao nosso lado, o que está perto (apesar de nossos óculos), mas ainda me intriga a intimidade. Não se trata aqui da proximidade, do calor, dos corpos. Na verdade falo de interesses, de sensibilidades, de delicadezas... de partilhar sonhos, cheiros, ares e palavras. De uma sensualidade declarada, expressa, sem lugares comuns ou vulgaridades. Como e porque ter e sentir tudo isto por alguém que está a léguas de distância? Não seria muito mais simples e óbvio ter toda esta intimidade com quem partilhamos nossas vidas?
Na verdade já deu para compreender que não consegui fechar nenhuma destas questões com conclusões racionais. Talvez porque não seja racional mesmo e se refira tão somente a sentimentos muito íntimos e talvez provenientes (muito provavelmente!) da minha história de vida.
Apenas sei que me engano ou realmente amo alguém que está fora do meu controle e que, portanto, também não me pode controlar. Ou talvez eu goste deste jogo sedutor e misterioso de estabelecer uma intimidade cada vez maior e mais profunda com um estranho. Ou quem sabe, ainda, trata-se apenas de uma dificuldade concreta de estabelecer relações de confiança com as pessoas que estão ao meu lado ou mesmo, um problema de difícil solução, mas não uma impossibilidade de me sentir desejada e amada por aquele que me diz (apesar das suas limitações), todos os dias que me ama e se preocupa comigo, que é doce e sem jeito, porque afinal de contas e isto eu posso dizer de cadeira: ninguém é perfeito!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Refletindo sobre o Amor

O amor, este sentimento tão louco que cria arco-íris em pleno sol, que faz tudo ficar iluminado, que não necessita de afirmações e que não dispensa nenhuma delas!
Amores muitos, de vários gêneros, o Amor de Deus por nós, o amor da gente pelos que sofrem, o amor dos amantes apaixonados, o amor dos amantes enamorados, o amor que move o mundo e nos diz que somos raça humana e humanamente possíveis.
O amor que eu sinto por ti nestas minhas declarações inseguras e sem jeito... o amor que sinto por ti neste meu descarado apelo para que me confirmes o que sentes. Tudo isto misturado com certezas e medos! rsrsrsrs... que bom que a primavera chegou e com ela o sol tímido mas gostoso, que bom que tudo floresce, em mim e em você - em nós.
Quero te ver, olhar nos teus olhos e reconhecer o seu brilho, a luz destes dias, o reflexo verde do mar esmeralda - Copacabana.
Quero a tua boca, desejo o teu sorriso luzindo meus dias, depois de muitos e doces beijos, depois de muitos e vorazes beijos... rsrsrs...
O amor é para sempre, nele não há receita ou garantia, mas o que se pode viver deve ser feito com paixão ardida, com ternura e carinho, com palavras e versos, sem nenhum pudor, por quê? Porque é amor, ora!
Então o leitor poderá me questionar: e a nossa responsabilidade? Pois assim eu respondo, sejamos responsáveis por este sentimento que nos alimenta os sonhos, sejamos responsáveis por nossos desejos, sejamos responsáveis um pelo outro através do nosso carinho e cuidados - porque tudo isto o amor exige.
E ainda cabe mais um questionamento, paixão e amor não são diferentes?
Eu digo não - ame com paixão, mas nunca esquecendo de quem você é, você é um e único, ande lado a lado com seu amor, de braços dados, de mãos dadas, o caminho é feito junto. Deixe que os corpos se entrelacem, aceite as diferenças e ame a si mesmo, afinal o importante é manter a mente certa, a espinha ereta e o coração em Cristo, e teremos e poderemos viver a libertadora visão do amor por todos os séculos e séculos. Amém

domingo, 14 de setembro de 2008

Marlon Brando?


Eu sei que a princípio ninguém vai entender nada.

Por que falar sobre Marlon Brando? O que interessa isto?
Eu vou explicar, não sei se as minhas leitoras vão confirmar,
mas revendo fotos antigas dos filmes holiwodianos, dei de cara
com este ícone da fantasia feminina. Representação da rebeldia,
do inconformismo e da beleza bruta e masculina, tão aterradora
como também tão sedutora.

Um homem solitário abre seu caminho pelas rodovias americanas,
tentando ser livre, tentando desesperadamente se libertar do
sonho americano, do seu estilo de vida opressor, superficial e
alienado.

Bom, esta é a minha versão de Brando, tão lindo! Mas que aos poucos
foi se deformando, envelhecendo, engordando e mesmo assim, consegue
encantar e fazer suspirar as mulheres com seu papel em Don Juan deMarco, em 1995. Já não queria mais o papel de galã, nem os troféus da Academia, engajado, lutava pelas minorias em seu país.



"Só estou no cinema por dinheiro, nenhuma outra profissão paga tão bem!", só Brando poderia fazer uma declaração destas e arcar com toda a responsabilidade por seus atos e palavras.



Característicos de Marlon Brando são os filmes como Queimada e Apocalypse Now, neles eu vejo um ator em toda a sua maturidade, magnético, forte e revelador. Como em o Último Tango em Paris, em que domina a tela do início ao fim com seu personagem angustiado que procura a morte sufocado pela culpa e pelo desamor.

Não há como negar sua presença forte, marcante, sexy e masculina, em todos os papéis que fez.

Por que falar de Marlon Brando? Porque não existe mais graça no cinema americano e nele quase não há ousadia, novidade ou grandes atores que apenas com sua presença, preencham as telonas nossas de cada dia.

domingo, 24 de agosto de 2008

A cidade e suas cruzes



É, nas cidades muitas cruzes, não só da violência cotidiana, como também da hipocrisia.

E, nesse momento pré-eleitoral, as cruzes se multiplicam! Vou esclarecer: eu me refiro aos cartazes, santinhos, e a propaganda eleitoral gratuita nas televisões e rádios.

Muita gente pode acreditar, sinceramente, que este é um momento privilegiado para participar da vida nacional, escolhendo nossos representantes e tudo mais, entretanto, depois de observar as promessas, a gritaria apaixonada, a falta de política concreta e a felicidade de todas as pessoas que aparecem nos comerciais dos candidatos dá para dizer: está cada vez pior e não há um só que preste entre aqueles que seguram criancinhas e apertam as mãos de transeuntes que, absolutamente, eles não conhecem!

São cruzes... espalhadas por toda a cidade do Rio de Janeiro, por todo o país – nada mudou, apenas temos uma maior superficialidade, tanto nas propostas dos supostos candidatos como nas discussões entre os populares. O fato de considerarmos todos os políticos como “farinha de um mesmo saco”, provocou um grande desinteresse nestas polêmicas permitindo uma crença em que deve se votar em quem roube menos e, como estamos em período de eleições municipais, naquele que representa nosso bairro ou que foi indicado por um amigo que deste candidato conquistou favores.

No Rio de Janeiro, existe miséria e fome, mas todos sabem disto, afinal este é um produto brasileiro. Esta cidade sem autoridade se divide entre ladrões de todas as espécies e traficantes, e a população, que vive à mercê do que há de pior em termos de marginália. E, não apenas isto, depende de um setor de saúde falido, de um sistema educacional distante da realidade das crianças e dos seus pais; não há uma política de moradia ou de saneamento básico, não foi feita uma reforma agrária e parece que vivemos em priscas eras quando se fala de sistemas agrícolas.

Li um artigo do Boff chamado - Economia de Revolução?, logo no princípio do texto temos:
En las negociaciones de la ronda de Doha sobre comercio internacional se ha notado algo cruel. Mientras los países ricos se negaban a disminuir los subsidios agrícolas y a modificar otros renglones de la agenda comercial para preservar su alto nivel de consumo, otros luchaban, desesperadamente, para garantizar la supervivencia de sus pueblos.

Leonardo Boff descreve em seu texto a luta entre forças discrepantes, tanto internas como externas que forjam a miséria e a fome nas populações dos países mais carentes.

O autor nos assevera que só existe uma maneira de resolver este impasse:
La solución se encuentra en las manos de aquellos que en el mundo entero garantizan gran parte del suministro alimentario: la agricultura familiar y las pequeñas cooperativas populares. La agricultura familiar en Brasil representa el 70% de los alimentos que llegan a la mesa. Es responsable del 67% del fríjol, del 89% de la mandioca, del 70% de los pollos, del 60% de los cerdos, del 56% de los lácteos, del 69% de la lechuga y del 75% de la cebolla. Estos pequeños agricultores, articulados entre sí y también a nivel internacional, deben formular las políticas de producción, privilegiar los mercados locales y regionales, y mantener bajo vigilancia los mercados mundiales, para inhibir la especulación e impedir la formación de oligopolios.

Diante do que nos pode parece óbvio, pois como podemos ver, as soluções existem, o que dizer do nível de propostas e soluções maquinadas por nossos candidatos municipais? Como encarar o horário eleitoral, os sorrisos, as criancinhas felizes e nossos renovados heróis nacionais, que pretendem lançar pó de arroz e água de cheiro por toda a cidade para que suas famílias possam passear em seus carrões sem sentirem o fedor que lhes sai da própria boca?

Fico pensando de onde deve surgir a primeira chama? A solução dos governos primeiro mundistas é correr para Marte... e a nossa proposta? Como riscar o fósforo? Qual o primeiro dominó a cair? Quem será o agente da mudança? Nós mudamos por dentro, modificamos nosso ser, nossos pensamentos, procuramos por nós e pelos outros. Às vezes tenho muitas dúvidas em como aplicar toda a sensibilidade e o amor que cultivamos na prática.

Talvez tenhamos que pensar mais e juntos, e juntos agirmos, rapidamente, porque se reconhecemos que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males;”, podemos dizer também que devemos aprender a fazer o bem e, mais que isto, repreender o opressor e defender o direito de todos os órfãos deste sistema.


Texto de Leonardo Boff extraído do blog http://txanbapayes.blogspot.com/g

Citação final tirada de I Timóteo 6:10
Conclusão baseada em Isaías 1:17

domingo, 13 de julho de 2008

Novo desafio: ¿Quem é contrário a Declaração da ONU dos Direitos dos Povos Indígenas?

Amigos e amigas de todos os países que visitam este Cântico,
a polêmica sobre a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas
se instalou no Brasil, lançando um novo desafio:

¿Quem é contrário a Declaração da ONU dos Direitos dos Povos Indígenas?


Nações Unidas 13 de setembro de 2007...

Sexagésimo período de sessões
Tema 68 do Programa
Informe do Conselho de Direitos Humanos



Alemanha, Bélgica, Bolívia, Costa Rica, Cuba, Dinamarca, Equador, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, Grécia, Guatemala, Hungria, Letônia, Nicarágua, Peru, Portugal e República Dominicana: Projeto de Resolução

DECLARAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS.

A Assembléia Geral:

Guiada pelos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, e a boa fé no cumprimento das obrigações assumidas pelos Estados de acordo com a Carta.

Afirmando que os povos indígenas são iguais a todos os demais povos e reconhecendo ao mesmo tempo o direito de todos os povos a ser diferentes, a considerar-se a si mesmos diferentes e a ser respeitados como tais.

Afirmando também que todos os povos contribuem na diversidade e riqueza das civilizações e culturas, que constituem o patrimônio comum da humanidade.

Afirmando que todas as doutrinas, políticas e práticas baseadas na superioridade de determinados povos ou pessoas, ou que a propaguem, adicionando razões de origem nacional ou diferenças raciais, religiosas, étnica ou culturais racistas, cientificamente falsas, juridicamente inválidas, moralmente condenáveis e socialmente injustas.

Reafirmando também que no exercício de seus direitos, os povos indígenas devem estar livres de toda a forma de discriminação.

Preocupada pelo fato de que os povos indígenas tenham sofrido injustiças históricas como resultado, entre outras coisas, da colonização e inalienação de suas terras, territórios e recursos impedindo-os de exercerem em particular seus direitos ao desenvolvimento em conformidade com suas próprias necessidades e interesses.

Reconhecendo a urgente necessidade de respeitar e promover os direitos intrínsecos dos povos indígenas, que derivam de suas próprias estruturas políticas, econômicas e sociais e de suas culturas, de suas tradições espirituais, de sua história e concepção de vida, especialmente os direitos às terras, territórios e recursos.

Reconhecendo, sobretudo a urgente necessidade de respeitar e promover os direitos dos povos indígenas assegurados em tratados, acordos e outros pactos construtivos com os Estados.

Celebrando que os povos indígenas estejam se organizando para promover seu desenvolvimento político, econômico, social e cultural, com o objetivo de pôr fim a todas as formas de discriminação e opressão onde quer que ocorram.

Convicto que o controle pelos povos indígenas dos acontecimentos que os afetam, a eles e suas terras, territórios e recursos os permitirão manter e reforçar as suas instituições, culturas e tradições e promover seu desenvolvimento de acordo com as suas aspirações e necessidades.

Reconhecendo também que o respeito dos conhecimentos, das culturas e das práticas tradicionais indígenas contribuem para o desenvolvimento sustentável e eqüitativo e o ordenamento adequado ao meio ambiente.

Destacando a contribuição da desmilitarização das terras e territórios dos povos indígenas para a paz, o progresso e o desenvolvimento econômico e social, a compreensão e as relações de amizade entre as nações e os povos do mundo.

Reconhecendo em particular, o direito das famílias e comunidades indígenas em seguir compartindo a responsabilidade pela criança, a formação, a educação e o bem estar de seus filhos, em coordenação com os direitos da criança.


Considerando que os direitos firmados nos tratados, acordos e soluções construtivas entre os Estados e os povos indígenas são, em algumas situações, objeto de preocupação, interesse, responsabilidade e caráter internacionais.

Considerando também que os tratados, acordos e demais soluções construtivas, e as relações que estes representam, servem de base para o fortalecimento das associações entre os povos indígenas e os Estados.

Reconhecendo que a Carta das Nações Unidas, o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e o Pacto Internacional de Direitos Civis e políticos, Assim como a Declaração de Viena e o programa de Ação, afirmam a importância fundamental do direito de todos os povos, à livre determinação, em virtude da qual estes decidem livremente sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.

Tendo presente que nada do contido na presente Declaração, poderá utilizar-se para negar a nenhum povo seu direito à livre determinação exercido em conformidade com o direito internacional.

Convencida de que o reconhecimento dos direitos dos povos na presente Declaração fomentará relações harmoniosas e de cooperação entre o Estado e os povos indígenas, baseadas em princípios da justiça, da democracia, do respeito aos direitos humanos, à não discriminação e à boa fé.

Incentivando os Estados ao cumprimento e aplicação eficazes de todas as suas obrigações, no que se refere aos povos indígenas e que determinam os instrumentos internacionais, em particular os relativos aos Direitos Humanos na consulta e cooperação com os povos interessados.

Sublinhando que corresponde às Nações Unidas, desempenhar um papel importante e contínuo de promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas.

Considerando que a presente Declaração constitui um novo e importante passo para o reconhecimento, a promoção e a proteção dos direitos e das liberdades dos Povos Indígenas e no desenvolvimento de atividades pertinentes do sistemas da Nações Unidas nesta esfera.

Reconhecendo e reafirmando, que as pessoas indígenas têm direitos sem discriminação a todos os direitos humanos reconhecidos no direito internacional, e que os povos indígenas possuem direitos coletivos, que são indispensáveis à sua existência, bem estar e desenvolvimento integral, enquanto povos.
Reconhecendo também que a situação dos Povos Indígenas varia de região a região e de país a país, e que o significado das particularidades nacionais e regionais e a diversidade dos antecedentes históricos e culturais se deveriam tomar em consideração,

Proclama solenemente a seguinte Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas como ideal comum, que se deva perseguir em espírito de solidariedade e respeito mútuo:

Artigo 1
Os indígenas têm direito, como povos ou como pessoas, ao desfrute pleno de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais reconhecidos pela Carta das Nações Unidas, pela Declaração Universal de Direitos Humanos e o direito internacional relativo aos direitos humanos.

Artigo 2
Os povos e as pessoas indígenas são livres e iguais a todos os demais povos e pessoas e têm o direito a não ser objeto de nenhuma discriminação no exercício de seus direitos fundado, em particular, em sua origem ou identidade indígena.

Artigo 3
Os povos indígenas têm direito à livre determinação. Em virtude desse direito, determinam livremente a sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.

Artigo 4
Os povos indígenas no exercício do seu direito a livre determinação, têm direito à autonomia ou ao auto-governo nas questões relacionadas com seus assuntos internos e locais, assim como os meios para financiar suas funções autônomas.

Artigo 5
Os povos indígenas têm direito a conservar e reforçar suas próprias instituições políticas, jurídicas, econômicas, sociais e culturais, mantendo por sua vez, seus direitos em participar plenamente, se o desejam, na vida política, econômica, social e cultural do Estado.

Artigo 6
Toda a pessoa indígena tem direito a uma nacionalidade.

Artigo 7
1. As pessoas indígenas têm direito à vida, à integridade física e mental, à liberdade e a segurança da pessoa.
2. Os povos indígenas têm o direito coletivo de viver em liberdade, paz e segurança como povos distintos e não serão submetidos a nenhum ato de genocídio nem a outro ato de violência, incluindo a remoção forçada de um grupo para outro
.
Artigo 8
1. Os povos e as pessoas indígenas têm o direito a não sofrer da assimilação forçosa ou a destruição de sua cultura.
2. Os Estados estabelecerão mecanismos efetivos para a prevenção e o ressarcimento de:
a) todo ato que tenha por objeto ou conseqüência privá-los de sua integridade como povos distintos ou de seus valores culturais, ou sua identidade étnica.
b) Todo o ato que tenha por objeto ou conseqüência alienar-lhes suas terras ou recursos.
c) Toda forma de transferência forçada da população, que tenha por objetivo ou conseqüência a violação e o menosprezo de qualquer de seus direitos.
d) toda a forma de assimilação e integração forçada.
e) Toda a forma de propaganda que tenha com finalidade promover ou incitar a discriminação racial ou étnica dirigida contra eles.

Artigo 9
Os povos e as pessoas indígenas têm direito em pertencer a uma comunidade ou nação indígenas, em conformidade com as tradições e costumes da comunidade, ou nação de que se trate. Não pode resultar nenhuma discriminação de nenhum tipo do exercício desse direito.

Artigo 10
Os povos indígenas não serão retirados pela força de suas terras ou territórios. Não se procederá a nenhuma remoção sem o consentimento livre, prévio e informado, dos povos indígenas interessados, nem sem um acordo prévio sobre uma indenização justa e eqüitativa e, sempre que possível, à opção do regresso.

Artigo 11
1. Os povos indígenas têm direitos a praticar e revitalizar as suas tradições e costumes culturais. Nele inclui o direito em manter, proteger e desenvolver as manifestações passadas, presentes e futuras de suas culturas, como lugares arqueológicos e históricos, utensílios, desenhos, cerimônias, tecnologias, artes visuais e interpretativas e literaturas.
2. Os Estados proporcionarão reparação por meio de mecanismos eficazes, que poderão incluir a restituição estabelecida conjuntamente com os povos indígenas, respeito dos bens culturais, intelectuais, religiosas e espirituais, de que tenham sido privados sem seu consentimento livre, e informação prévia, ou na violação de suas leis, tradições e costumes.

Artigo 12
1. Os povos indígenas têm direitos a manifestar, praticar desenvolver e ensinar suas tradições, costumes e cerimônias espirituais e religiosas, a manter e proteger seus lugares religiosos e culturais e ao acesso a eles privadamente; a utilizar e vigiar seus objetos de culto e a obter a repatriação de seus restos humanos.
2. Os Estados procurarão facilitar o acesso e ou a repatriação de objeto de culto e restos humanos que possuam, mediante mecanismos transparentes e eficazes estabelecido conjuntamente com os povos indígenas interessados.

Artigo 13
1. Os povos indígenas têm direitos a revitalizar, utilizar, fomentar e transmitir às gerações futuras suas histórias, idiomas, tradições orais, filosóficas, sistemas de escrita e literatura, e de atribuir nomes às suas comunidades, lugares e pessoas, e mantê-los.
2. Os povos adotarão medidas eficazes para garantir a proteção desse direito e também para assegurar que os povos indígenas possam entender e fazer-se entender nas atuações políticas, jurídicas e administrativas proporcionando-lhes, quando necessário, serviços de interpretação ou outros meios adequados.

Artigo 14
1. Todos os povos indígenas têm o direito em estabelecer e controlar seus sistemas e instituições docentes que compartilham educação em seus próprios idiomas, em consonância com seus métodos culturais de ensino-aprendizagem.
2. As pessoas indígenas em particular as crianças, têm direito a todos os níveis e formas de educação do Estado sem discriminação.
3. Os Estados adotarão medidas eficazes, junto com os povos indígenas, para que as pessoas indígenas, em particular as crianças, inclusive os que vivem fora de suas comunidade tenham acesso, quando seja possível, a educação em sua própria cultura e no próprio idioma.

Artigo 15
1. Os povos indígenas têm direito a que, a dignidade e diversidade de suas culturas, tradições, histórias e aspirações fiquem devidamente refletidas na educação publica e nos meios de informação pública.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes em consulta e cooperação com os povos indígenas interessados, para combater os prejuízos e eliminar a discriminação e promover a tolerância, a compreensão e as boas relações entre os povos indígenas e todos os demais setores da sociedade.

Artigo 16
1. Os povos indígenas têm direito a estabelecer seus próprios meios de informação em seus próprios idiomas e a acessar a todos os demais meios de informação não indígenas sem discriminação alguma.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes, para assegurar que os meios de informação estatais reflitam devidamente a diversidade cultural indígena. Os Estados, sem prejuízo da obrigação de assegurar plenamente a liberdade de expressão, deverão incentivar aos meios de comunicação privados a refletir devidamente a diversidade cultural indígena.

Artigo 17
1. As pessoas e os povos indígenas têm direito em desfrutar plenamente de todos os direitos estabelecidos no Direito do Trabalhista Internacional e Nacional aplicável.
2. Os Estados em consulta e cooperação com os povos indígenas tomarão medidas específicas para proteger as crianças indígenas contra a exploração econômica e contra todo trabalho que possa resultar perigoso ou interferir na educação da criança, ou que seja prejudicial para a saúde, ou desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social da criança, levando em conta sua especial vulnerabilidade e a importância da educação para a sua realização.
3. As pessoas indígenas têm direitos, a não ser submetidas a condições discriminatórias de trabalho, entre outras coisas, emprego ou salário.

Artigo 18
Os povos indígenas têm direitos, a participar na adoção de decisões em questões que afetem seus direitos, vidas e destinos, através de representantes eleitos por eles, em conformidade com seus próprios procedimentos, assim como manter e desenvolver suas próprias instituições de adoção de decisões.

Artigo 19
Os Estados celebrarão consultas e cooperarão de boa fé, com os povos indígenas interessados, por meio de suas instituições representativas para obter seu consentimento prévio, livre e informado antes de adotar e aplicar medidas legislativas e administrativas que os afetem.

Artigo 20
1. Os povos indígenas têm direitos a manter e desenvolver seus sistemas ou instituições políticas, econômicas e sociais, que lhes assegure a desfrutar de seus próprios meios de subsistência e desenvolvimento e a dedicar-se livremente a todas as suas atividades econômicas tradicionais e de outro tipo.
2. Os povos indígenas despojados de seus meios de subsistência e desenvolvimento, têm direito a uma reparação justa e eqüitativa.

Artigo 21
1. Os povos indígenas têm direito, sem discriminação alguma, ao melhoramento de suas condições econômicas e sociais, entre outras esferas, na educação, o emprego, a capacitação e o aperfeiçoamento profissionais, a habitação, ao saneamento, a saúde e a seguridade social.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes e, na execução, medidas especiais para assegurar o melhoramento contínuo de suas condições econômicas e sociais. Prestar-se-á particular atenção aos direitos e necessidades especiais dos anciões, das mulheres, dos jovens, das crianças e das pessoas indígenas com deficiências.

Artigo 22
1. Prestar-se-á particular atenção aos direitos e necessidades especiais dos anciões, das mulheres, dos jovens, das crianças e das pessoas indígenas com deficiências, na aplicação da presente Declaração.
2. Os Estados adotarão medidas, em conjunto com os povos indígenas, a fim de assegurar que as mulheres e as crianças indígenas gozam de proteção e garantias plenas contra todas as formas de violência e discriminação.

Artigo 23
Os povos indígenas têm direitos a determinar e a elaborar prioridades e estratégias para o exercício de seu desenvolvimento. Em particular, os povos indígenas têm direitos a participar ativamente na elaboração e determinação dos programas de saúde, moradia e demais programas econômicos e sociais, que os sirvam e, que os possibilitem, a administrar seus programas mediante suas próprias instituições.

Artigo 24
1. Os povos indígenas têm direitos às suas próprias medicinas tradicionais e a manter suas práticas de saúde, incluindo a conservação de suas plantas, animais e minerais de interesses vital, sob o ponto de vista médico. As pessoas indígenas também têm direito ao acesso, sem discriminação alguma, a todos os serviços sociais e de saúde.
2. Os indígenas têm direitos a desfrutar igualmente do maior nível de saúde física e mental. Os Estados tomarão as medidas que sejam necessárias a fim de lograr progressivamente a plena realização deste direito.

Artigo 25
Os povos indígenas têm direito em manter e fortalecer sua própria relação espiritual com as terras, territórios, águas, mares costeiros e outros recursos que tradicionalmente têm possuído ou ocupado e utilizado de outra forma, e a assumir a responsabilidade que a esse propósito lhes incumbem respeito, às gerações vindouras.

Artigo 26
1. Os povos indígenas têm direito as terras, territórios e recursos que tradicionalmente tem possuído ocupado ou de outra forma ocupado ou adquirido.
2. Os povos indígenas têm direitos a possuir, utilizar, desenvolver e controlar as terras, territórios e recursos que possuem em razão da propriedade tradicional, ou outra forma de tradicional de ocupação ou utilização, assim como aqueles que tenham adquirido de outra forma.
3. Os Estados assegurarão o reconhecimento e proteção jurídica dessas terras, territórios e recursos. O referido reconhecimento respeitará devidamente os costumes, as tradições e os sistemas de usufruto da terra dos povos indígenas.

Artigo 27 bis
Os Estados estabelecerão e aplicarão, conjuntamente com os povos indígenas interessados, um processo eqüitativo, independente, imparcial, aberto e transparente, em que nele se reconheçam devidamente as leis, tradições, costumes e sistemas de usufruto da terra dos povos indígenas, para reconhecer e adjudicar os direitos dos povos indígenas em relação às suas terras, territórios e recursos, compreendidos aqueles que tradicionalmente tenham possuído ocupado, ou utilizado de outra forma. Os povos indígenas terão direito de participar neste processo.

Artigo 28
1. Os povos indígenas têm direito à reparação, por meios que podem incluir a restituição ou, quando isso não seja possível, uma indenização justa, imparcial e eqüitativa, pelas terras, territórios e os recursos que tradicionalmente tenham possuído, ocupado ou utilizado de outra forma e que tenham sido confiscados, tomados, ocupados, utilizados ou danificados sem seu consentimento livre, prévio e informado.
2. Exceto quando os povos interessados hajam conveniado livremente em outra coisa, a indenização consistirá em terras, territórios e recursos de igual qualidade, extensão e condição jurídica ou, em uma indenização monetária ou outra reparação adequada.

Artigo 29
1. Os povos indígenas têm direito à conservação e proteção do meio ambiente e da capacidade produtiva de suas terras, territórios e recursos. Os Estados deverão estabelecer e executar programas de assistência aos povos indígenas, para assegurar essa conservação e proteção, sem discriminação alguma.
2. Os Estados adotarão medidas eficazes para garantir que não se armazenem nem eliminem materiais perigosos em suas terras ou territórios dos povos indígenas, sem seu consentimento livre, prévio e informado.
3. Os Estados adotarão medidas eficazes para garantir, segundo seja necessário, que se apliquem devidamente programa de controle, manutenção e restabelecimento da saúde dos povos indígenas, afetados por esses materiais; programas que serão elaborados e executados por esses povos.

Artigo 30
1. Não se desenvolverão atividades militares nas terras ou territórios dos povos indígenas, a menos que o justifique uma razão de interesse público pertinente, ou que o aceitem ou solicitem livremente os povos indígenas interessados.
2. Os Estado celebrarão consultas eficazes com os povos indígenas interessados, para os procedimentos apropriados e em particular por meio de suas instituições representativas, antes de utilizar suas terras ou territórios para atividades militares.

Artigo 31
1. Os povos indígenas têm o direito a manter, controlar, proteger e desenvolver seu patrimônio cultural, seus conhecimentos tradicionais, suas expressões culturais tradicionais e as manifestações de suas ciências, tecnologias, assim como, assim com a de suas ciências, tecnologias e culturas, compreendidos os recursos humanos e genéticos, as sementes, os medicamentos, o conhecimento das propriedades da fauna e flora, as tradições orais, as literaturas, os desenhos, os esportes e jogos tradicionais, e as artes visuais e interpretativas. Também tem direito a manter, controlar, proteger e desenvolver sua propriedade intelectual de seu patrimônio intelectual, seus conhecimentos tradicionais e suas manifestações culturais tradicionais.
2. Conjuntamente com os povos indígenas, os Estados adotarão medidas eficazes para reconhecer e proteger o exercício destes direitos.

Artigo 32
1. Os povos indígenas têm direitos a determinar e elaborar as prioridades e estratégias para o desenvolvimento ou utilização de suas terras ou territórios e outros recursos.
2. Os Estados celebrarão consultas e cooperarão de boa fé com os povos indígenas interessados na condução de suas próprias instituições representativas, a fim de obter seu consentimento livre e informado, antes de aprovar qualquer projeto que afete as suas terras ou territórios e outros recursos, particularmente em relação com o desenvolvimento, a utilização ou a exploração de recursos minerais, hídricos ou de outro tipo.
3. Os Estados estabelecerão mecanismos eficazes para a reparação justa e eqüitativa por essas atividades, e se adotarão medidas adequadas para mitigar suas conseqüências nocivas de ordem ambiental, econômica, social, cultural ou espiritual.

Artigo 33
1. Os povos indígenas têm o direito de determinar sua própria identidade ou pertencimento étnico, conforme seus costumes e tradições, isso não impossibilita o direito das pessoas indígenas em obter a cidadania dos Estados em que vivem.
2. Os povos indígenas têm direito em determinar as estruturas e a eleger a composição de suas instituições em conformidade com seus próprios procedimentos.

Artigo 34
Os povos indígenas têm direitos a promover, desenvolver e manter suas estruturas institucionais e seus próprios costumes, espiritualidade, tradições, procedimentos, práticas e, quando existam, costumes ou sistemas jurídicos, em conformidade com as normas internacionais de direitos humanos.

Artigo 35
Os povos indígenas têm o direito de determinar as responsabilidades dos indivíduos para com as suas comunidades.

Artigo 36
1. Os povos indígenas, em particular os que estão divididos por fronteiras internacionais, têm direito a manter e desenvolver os contatos, as relações e a cooperação, incluídas as atividades de caráter espiritual, cultural, política, econômica e social, com seus próprios membros, assim como outros povos através das fronteiras.
2. Os Estados, em consulta e cooperação com os povos indígenas, adotarão medidas eficazes, para facilitar o exercício e garantir a aplicação deste direito.

Artigo 37
1. Os povos indígenas têm o direito a que os tratados, acordos e outros arranjos construtivos, acordados com os Estados ou seus sucessores, sejam reconhecidos, observados e aplicados segundo seu espírito e propósito originais, e que os Estados acatem e respeitem esses tratados, acordo e outros arranjos construtivos.
2. Nada do assinalado na presente Declaração se interpretará no sentido em que impossibilite ou suprime os direitos dos povos indígenas que figurem nos tratados, acordos e arranjos construtivos.

Artigo 38 Os Estados, em consulta e cooperação com os povos indígenas, adotarão as medidas apropriadas, incluídas medidas legislativas, para alcançar os fins da presente Declaração.

Artigo 39
Os povos indígenas têm direito à assistência financeira e técnica dos Estados por via da cooperação internacional, para o desfrute dos direitos enunciados na presente Declaração.

Artigo 40
Os povos indígenas têm direitos a procedimentos eqüitativos e justos, para o acerto de controvérsias com os Estados ou outras partes e uma pronta decisão sobre essas controvérsias, assim como, uma reparação efetiva para toda a lesão de seus direitos individuais e coletivos. Nessas decisões lavar-se-ão devidamente em consideração os costumes, as tradições, as normas e os sistemas jurídicos dos povos indígenas interessados e as normas internacionais dos direitos humanos.

Artigo 41
Os órgãos e organismos especializados do sistema das Nações Unidas e outras organizações intergovernamentais, contribuirão à plena realização das disposições da presente Declaração mediante a mobilização, entre outras coisas, da cooperação financeira e da assistência técnica. Estabelecer-se-ão os meios para assegurar a participação dos povos indígenas em relação aos assuntos que os afetem.

Artigo 42
As Nações Unidas, seus órgãos, incluindo O Fórum Permanente para as Questões Indígenas e os organismos especializados, em particular a nível local, assim como os Estados, promoverão o respeito e a plena aplicação das disposições da presente Declaração e valerão pela eficácia da presente Declaração.


Artigo 43
Os direitos reconhecidos na presente Declaração constituem as normas mínimas para a sobrevivência, a dignidade e bem estar dos povos indígenas do mundo.

Artigo 44
Todos os direitos e liberdades reconhecidos na presente declaração garantem a igualdade ao homem e à mulher indígenas.

Artigo 45
Nada no contido na presente Declaração interpretar-se-á no sentido de que se limite ou anule os direitos que os povos indígenas têm na atualidade, ou possam adquirir no futuro.

Artigo 46
1. Nada do assinalado na presente Declaração interpretar-se-á no sentido de que se conceda a um Estado, povo, grupo ou pessoa, nenhum direito a participar numa atividade, ou realizar, atos contrários à Carta das Nações Unidas, ou se entenderá no sentido de que autoriza ou fomenta ação alguma encaminhada a violar ou reduzir total ou parcialmente, a integridade territorial ou a unidade política de Estados soberanos e independentes.
2. No exercício dos direitos enunciados na presente Declaração, respeitar-se-ão os direitos humanos e liberdades fundamentais de todos. O exercício dos direitos estabelecidos na presente Declaração, estarão sujeitos exclusivamente às limitações determinadas pela lei e com arranjo às obrigações internacionais em matéria de direitos humanos. Essas limitações, não serão discriminatórias e serão somente as estritamente necessárias para garantir o reconhecimento e respeito devido aos direitos e liberdades dos demais, e para satisfazer as justas exigências de uma sociedade democrática.
3. As disposições enunciadas na presente Declaração interpretar-se-ão como arranjo aos princípios da justiça, da democracia, o respeito aos direitos humanos, da igualdade, à não discriminação, à boa administração pública, e à boa fé.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Na corda bamba

Na corda bamba

Oi gente amiga que visita o OPINIÃO&ATITUDE, hoje é dia de falar!
Escrever sobre sentimentos de quem vive no Rio de Janeiro, ou mais
que isto, escrever sobre quem vive. Eu vivo, é uma constatação. E,
neste exato momento vivo esta angústia de existir na contra-mão do
mundo. Minha casa tem uma bela vista para o morro do Leme (ainda não
favelizado), hoje é segunda-feira e o final de semana passou muito
rápido, então é dia de começar a semana, trabalhar, agir, ter opinião
e atitude. Mas porque será que eu sinto esta angústia, esta opressão
no peito e quase não consigo ver o céu azul e sentir a brisa gostosa
e fria que está a minha volta?
Na minha casa a quietude, a cama nova
e o colchão gostoso, e mais, o edredon e o friozinho das manhãs de
inverno... foi muito difícil sair da cama hoje. Fazer a marmita, tomar
café, o banho, escolher a roupa e pegar o elevador.
Foi um choque,
abrir o portão do edifício e ouvir o barulho - que me pareceu ensurdecedor
da Rua Barata Ribeiro. Isto é a realidade? Carros, muita gente e mais
carros e muita, muita gente. Começou a me dar aquele friozinho na barriga,
sabe? Vocês conhecem esta sensação? Pensei que fosse cair na rua mesmo.
Ando muito estressada, tenho dores de cabeça permanentes que me causam
uma irritação profunda... minhas mãos estão geladas, é hora do remedinho?
Da salvaguarda, do SOS?
Preferi não, preferi chegar no meu trabalho cedo
como o fiz e escrever, falar um pouco desta sensação de estar na corda
bamba. Sei que estas coisas não acontecem apenas comigo, mas como é
difícil! Nestas horas sei o quanto preciso da terapia, o quanto isto
me tranquiliza e dá forças para seguir e o quanto é fundamental CRER.
Crer num DEUS VIVO, de gente viva, que está sempre presente, se manifesta
e se mostra, ser grata me salva, embora, me falte saber descansar no seu
colo como uma criança, ainda preciso aprender a me deixar, me entregar...
de corpo, alma e coração abertos. Ainda sou muito tensa e responsável e
culpada. Sabe, falar de mim tão abertamente me causa uma certa estranheza
mas é bom, quase acolhedor. Por estranho que parece é meu cuidado,
meu trato para comigo mesma, é o meu jeito de me confessar humana, no melhor
sentido da humanidade, bem pertinho de Deus, bem juntinho das pessoas.
Com todo amor, Cynthia

sábado, 7 de junho de 2008

SEXTA-FEIRA, 13








Toda a quinta-feira, 12 precede uma sexta-feira, 13.
Isto parece óbvio? Entretanto, nas quintas-feiras, coincidentemente, dias 12, temos nas diversas mídias: entrevistas com populares, consulta aos ocultistas, esotéricos, pais-de-santo etc, empenhados em manter místicas as sextas-feiras, 13.
Enfim, dias como estes são marcados pela sorte ou pelo azar? Existe a sorte ou o azar?
Esta temática tão profunda quanto fundamental para a existência do humano universo, demonstra, de forma cabal, que toda a sexta-feira, 13 é um dia canhestro mesmo, se não vejamos:
Primeiramente, temos que aturar essa invariável excitação e exacerbação da mídia em todos os meses que tal coincidência se faz presente;
Em segundo lugar, temos que suportar as produções cinematográficas boçais sobre o tema. Vide a película (de nome sugestivo!), “Sexta-feira 13”, que vendeu (e ainda vende) uma série interminável de JAISONS e filmes trashes do gênero.
As mesmas cenas se repetem ano após ano, no entanto, algo em mim, neste ano da graça de 2007, despertou para este fato, tão absurdo, a ponto de fazer com que escreva esta crônica. Talvez o acúmulo ou o vazio do conteúdo deste tipo de matérias, sei lá eu!
Sei que como em todos os outros dias, nas sextas-feiras 13, as pessoas acordam, tomam café, o seu banho, se vestem, dão um beijo no cachorro e vão para o trabalho, escola, curso ou o que quer que seja.
A noite voltam cansadas, atiram as roupas pelo chão da casa, tomam banho, comem, dão uns beijos na boca (nem que seja do cachorro), dormem e no dia seguinte: É SÁBADO!
Tudo construído independente daquilo que está fora de nós, como a sorte ou o azar.
No máximo, o que podemos concluir, e sobre o número 13, é: sorte do Zagallo, azar do João Saldanha e fim de causo.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Cultura popular:


O cordel e o repente são uma manifestação cultural tipicamente vinculados ao nordeste do país, que pelo processo migratório se espalhou por todo território nacional.
São os nossos contadores de história, que a partir do século XIX começam a registrar em folhetos a expressão de sua oralidade.
Estes folhetos são impressões tradicionais cujas capas são geralmente produzidas em xilogravura.


Já o repente acontece como um debate, um desafio acompanhado pela viola nordestina, dois repentistas fazem suas cantorias de improviso em cima dos temas trazidos pela platéia.

Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é "Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabido, a primeira capital da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro. Academia Brasileira de Literatura de Cordel http://www.ablc.com.br/historia/hist_cordel.htm

Como este blog se coloca a disposição da campanha SOS – Cultura, nada melhor do que refletirmos um pouco sobre esta forma de expressão que se espalhou por este país traduzindo a peleja verbal, inteligente e improvisada da gente do povo que produz cultura.
Expressões muito diferentes das oficiais e carregadas de ironia e do cotidiano vivido pela mais vasta população do país, os cidadãos de segunda classe em sua própria terra, muitas vezes ignorados pela decadente mídia brasileira (sem querer generalizar). De qualquer forma, apesar de todo o abandono, esta cultura permanece sendo feita e a ela juntam-se outras formas, outras inquietações populares e nada
cala este povo criativo e esperto que burla sempre o que é "oficial" e mostra nas ruas, nas praças suas rimas e versos, nesta língua do povo que longe de ser perfeita, é linda.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Desabafo...

Gente, quero começar pedindo desculpas pelo desabafo,
eu sei que todas as cidades grandes têm o mesmo problema.
É que saí de casa tão animada para um Seminário, fui almoçar
em casa com toda tranquilidade para depois seguir para o
trabalho. Entretanto, quando pus meus pezinhos para fora de
casa caiu uma tempestade de chuva e vento, que me fez sentir
como se estivesse enfrentando uma nevasca! Bom, neste clima
é claro, o ônibus nunca para e quando para, lhe dá um grande
banho com as poças que se formam nas ruas. Passada a aventura
de pegar o transporte, vem a aventura de horas num trânsito
que nunca espera pela chuva. E finalmente, quando chego no
trabalho toda molhada, tenho uma pilha de processos para
análise encima da minha mesa, uma assembléia acontecendo para
decidir greve na categoria e uma reunião de trabalho, o que
fazer? Pelo que eu começo? Não sei mas talvez amanhã a chuva
seja amena e tudo seja diferente, espero firmemente!!!!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Entre o nada e a utopia absoluta

Ah, estas enquetes que a gente pode fazer em nossos blogs são sensacionais, fiz uma. A chamada ou a pergunta ou a indagação era a seguinte: Existe algum sistema de governo que promova "justiça social"???
Apesar de uma votação inexpressiva, somente três pessoas votaram efetivamente e ainda votaram NENHUM, não existe qualquer possibilidade de um governo, socialista, democrático, comunista, anarquista e os “istas” que lembrarmos promover “Justiça Social”, resolvi retomar a discussão a partir dos comentários feitos por meus companheiros de outros blogs!
Primeiro os conceitos, por mim utilizados:
1. governo - ao conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza de maneira a exercer o seu poder sobre a sociedade.
2. justiça social – bom segundo minha concepção, significa mais do que igualdade de oportunidades, significa distribuição igualitária das riquezas acumuladas socialmente.
Bom pode haver contestações sobre os conceitos aqui usados, ótimo! Por favor então quando fizerem os comentários, justifiquem seus conceitos.
Longe de mim esgotar o assunto aqui proposto, entretanto, se fizermos uma rápida retrospectiva histórica, percebemos de maneira ainda que superficial que todos os governos conhecidos se fundamentaram na exploração de extratos sociais por outros, que controlavam politicamente os instrumentos de dominação do Estado.
Podemos entender a história dos homens como uma história de lutas entre os que detém o poder econômico e político e àqueles a quem estes subjugam.
Hoje, as sociedades se constroem de alguma outra forma, em sua essência? Isto significa que não existe esperança? Significa que pode existir alguma forma de governo que promova efetiva “justiça social”?
1. Não vejo na história sociedades construídas sem dominados x dominadores;
2. Quero aqui resgatar uma frase do texto “El rescate de la utopía”, publicado no blog http://txanbapayes.blogspot.com/, da autoria de Leonardo Boff:
Jesús es el «novísimo Adán», en expresión de san Pablo, el homo absconditus ahora revelado. Pero él es sólo el primero entre muchos hermanos y hermanas; nosotros le seguiremos, completa san Pablo.
Anunciar tal esperanza en el actual contexto sombrío del mundo no es irrelevante. Transforma la eventual tragedia de la Tierra y de la Humanidad, debida a amenazas sociales y ecológicas, en una crisis purificadora. Vamos a hacer una travesía peligrosa, pero la vida estará garantizada y el Planeta todavía se regenerará.

3. Não se pode viver com tanto veneno, por mais que tentemos somos o que somos. Não há utopias possíveis. Resgatar a verdade, isto é, Cristo Jesus, é preciso e, através dela, nos libertarmos enquanto humanidade solidária, amorosa e fraterna.
4. Acreditamos em Allende, em Getúlio Vargas, em Perón, em Lula. Porque não crer em nós mesmos, inteiros, virados do avesso? É difícil abandonar-se como um criança no colo de sua mãe? É difícil esvaziar-se do que conhecemos e aceitarmos algo que nos vem de dentro, a certeza de que tudo se originou em algum ponto que apenas podemos conhecer se desmancharmos nossos corações e diante de Deus não existirem mais palavras? Para nós é difícil sermos gratos.

Não posso acreditar no vazio de esperança, como também não consigo acreditar em governos utópicos de “trabalhadores” ou daqueles que os personificam. Entre o nada e a utopia existe a vida e suas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. RM.5:3-5.
O que precisamos é abrir nossos corações, mentes e nossa alma. Perceber a liberdade que nos traz o sermos cristãos e nos percebemos como novas criaturas. Como humanidade. Como uma nova criação!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Comentários sobre a enquete:

Amigos e amigas do Blog "CÂNTICO DAS PALAVRAS", arrisquem-se, dêem suas opiniões sobre as opiniões aqui colocadas! Existe algum governo que promova "justiça social?",
a polêmica é boa e saudável embora eu saiba que a maioria não está acostumada. Mas, não há só diferenças, há também os acordos ou nossas tentativas de negociação, isto é viver em comunidade, em relação com o outro. Afinal, não há ninguém neste mundão que se baste e possa ficar isolado em sua ilha sem enlouquecer, é assim ou não?
Beijos a todos e obrigada, sempre...


tudo é pensado pra benificiar poucos, na teoria todos são maravilhosos e vão "salvar" a humanidade (dela mesma) mas na pratica... melhor nem pensar nisso (me embrulha o estômago). Wilson Guanais


Si Cynhia existe y creo que en américa-latina se esta forjando esa nueva sociedad con la esperanza y sobre todo la fe puesta en la justicia y en los pueblos todo es posible... Helder Camara nos enseno mucho y sobre todo la solidaridad de donde se empieza la nueva sociedad con justicia social sobre todo, en los mas pobres de este mundo ellos son y tienen que ser nuestra inspiración por ese cambio que queremos como sociedad, esa sociedad nueva la podemos crear entre todo nosotros con amor solidario justo. Adolfo Payés


Cynthia, eu acredito que os sistemas de governo são mecanismos práticos. No entanto, a tal da justiça social só será alcançada com a concientização de cada indivíduo, com uma vontade terrível de vê-la existir. Não sou anarquista, acho importante a regulação realizada pelos governos. Mas a ferramenta em si, sendo boa ou não, não fará com que o objeto trabalhado seja de qualidade. Depende do marcineiro. É importante aliar um sistema bom com a ética, a boa vontade e o desapego espontâneo das riquesas excessivas. E essa palavra, "espontâneo", é a mais importante! Edinho Véio

En espera de la revolución de conciencia,base de una verdadera
Justicia Social, Querida Cynthia
La humanidad urgente sabe
que no ha llegado,y sublime
la está llamando...
Tino Cassi

sexta-feira, 28 de março de 2008

Enquete

Gente, fiz uma enquete no meu blog "Cântico das Palavras" e ninguém me respondeu!
Fui desafiada por amigos a escrever sobre este tema, mas preciso de subsídios.
Existe algum sistema de governo que promova "justiça social"??? Nossa, uma pergunta tão simples! Envolve conceitos como sistema, governo, promoção, justiça, sociedade e justiça social, apenas... Peço a todos que entrem no meu blog que se manifestem para que desta enquete (sugestiva) eu possa tirar algumas conclusões e fazer um tratado exaustivo sobre o tema, é só isso. Grata a todos que ousarem colaborar e um grande abraço, gracias etc.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Populações Indígenas

É inegável que as populações indígenas, herdeiras legítimas das Américas, sofrem todo o tipo de arbitrariedades.
No Brasil, ainda se ensina nas escolas que a principal característica dos povos indígenas é a "preguiça", justamente porque os índios se recusavam ao trabalho escravo nas plantações ou no extrativismo.
Historicamente no Brasil o índio sofre todo o tipo de discriminação e aculturamento. O brasileiro não tem a menor noção do quanto a população indígena diminuiu ou da importância desta cultura para a formação deste país de hoje ou de como vivem ou quais são as tribos que existiram e quais as que ainda resistem neste nosso imenso território nacional.
Para nós Pedro Alvares Cabral ainda é o descobridor do Brasil e não existia ninguém aqui antes!
As leis criadas para a proteção do território destas populações são permanentemente desrespeitadas e, em sua grande maioria, a população que vive nos grandes centros urbanos, não compreende a necessidade deste tipo de legislação. Creio que está na hora (mais do que na hora!) de expormos, nos espaços que temos acesso, matérias sérias e elucidantes deste e de outros contextos igualmente importantes.
Eis o que me proponho neste espaço:
1. Ampliar as discussões sobre temas ligados a nossa cultura e aos agentes e produtores desta mesma cultura;
2. Aprofundar com dados estatísticos e trazendo outras reportagens e opiniões para debate neste blog;
3. Abrir este espaço para a publicação de textos daqueles que queiram estimular debates e propostas.
Portanto me comprometo aqui a aprofundar os temas levantados, expressar minha opinião pessoal e enumerar proposições que digam respeito a mudanças de mentalidade e em nossas ações cotidianas.

Panis Et Circences

Não tem pão, mas circo é o que não falta!

Estou falando sim, me atrevo a falar do Carnaval no Brasil.
Quantas vezes ficamos pensando em como outros países latinos vêem o tal do nosso Carnaval.
Lembro-me de quando estudei filosofia e isso já faz um tempão, que discutíamos a festa como o pão e circo romanos, chamávamos a “festa do oprimido”. Antropologicamente, várias tribos possuíam festas semelhantes para as "minorias" oprimidas dentro do seu nicho social.
Bom, em síntese, drogas (sejam elas lícitas ou ilícitas), muito sexo, violência e perversão. Só isso? Não, tem brincadeira saudável e alegria (que termina quando precisamos de algo externo a nós, para sermos alegres e brincalhões). Aí tudo termina no tal circo filosófico romano, onde os cristãos eram sacrificados (alegremente), por um bando de gente, cujo prazer eu identifico muito com a atual violência das torcidas organizadas nos estádios de futebol, ou fora deles (sem generalizar, ok?).
Pois é, o Brasil não é o país do Carnaval (para surpresa de muitos). Tem gente que trabalha por todo o ano para mostrar a sua arte, no maior espaço aberto, livre, gratuito e popular deste país. Eu falo de arte e não do desprezo ao corpo das genitálias desnudas e sempre femininas!
Muita gente pode não concordar comigo, beleza... vivam as diferenças, as polêmicas, as atitudes. Mas o que eu gosto no Carnaval são as crianças fantasiadas com seus personagens imaginários - é o lúdico e esta arte dos carros, fantasias e sambas enredos históricos e rítmicos, brasileiros e africanos. É a cultura que fazemos nas ruas, nas praças e até no sambódromo. É isso.