segunda-feira, 5 de maio de 2008

Cultura popular:


O cordel e o repente são uma manifestação cultural tipicamente vinculados ao nordeste do país, que pelo processo migratório se espalhou por todo território nacional.
São os nossos contadores de história, que a partir do século XIX começam a registrar em folhetos a expressão de sua oralidade.
Estes folhetos são impressões tradicionais cujas capas são geralmente produzidas em xilogravura.


Já o repente acontece como um debate, um desafio acompanhado pela viola nordestina, dois repentistas fazem suas cantorias de improviso em cima dos temas trazidos pela platéia.

Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é "Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabido, a primeira capital da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro. Academia Brasileira de Literatura de Cordel http://www.ablc.com.br/historia/hist_cordel.htm

Como este blog se coloca a disposição da campanha SOS – Cultura, nada melhor do que refletirmos um pouco sobre esta forma de expressão que se espalhou por este país traduzindo a peleja verbal, inteligente e improvisada da gente do povo que produz cultura.
Expressões muito diferentes das oficiais e carregadas de ironia e do cotidiano vivido pela mais vasta população do país, os cidadãos de segunda classe em sua própria terra, muitas vezes ignorados pela decadente mídia brasileira (sem querer generalizar). De qualquer forma, apesar de todo o abandono, esta cultura permanece sendo feita e a ela juntam-se outras formas, outras inquietações populares e nada
cala este povo criativo e esperto que burla sempre o que é "oficial" e mostra nas ruas, nas praças suas rimas e versos, nesta língua do povo que longe de ser perfeita, é linda.