Hoje é dia 27/10/2009, nuvens escuras pesam sobre a cidade do Rio de Janeiro.
Tomo banho, me visto e vou trabalhar.
Foi exatamente no momento de entrar no trem do metrô, para o centro que reparei: eu lia um livro, enquanto praticamente todas as pessoas estavam com fones de ouvido e os seus MPs quaisquer coisa da vida.
Eu lia um livro, constatei. Um livro de poesia.
E, pelo menos naquele vagão ninguém lia nada, apenas balançava a cabeça, hora ou outra, no ritmo de um música inaudível para mim.
Cada um em seu universo.
Todo mundo indo para o trabalho ensimesmado (e pela primeira vez acredito entender o conteúdo desta palavra).
Eu lia um livro de poesia, e me deu uma vontade de ler alto. Acho que ninguém iria notar.
Você pode ler este texto e dizer: e dai, o que você quer dizer com isso?
Sei lá, não quero falar o óbvio, mas não está claro que tudo é muito óbvio?
Que a maioria das pessoas escuta o que a maioria escuta, lê no máximo revistas de variedades e vê muita televisão estatelada no sofá da sala?
Então ninguém mais vê o outro e agora ninguém mais ouve o outro, qual o próximo passo?
Eu não sei, mas o que quero é escrever este poema, que desejei ler alto para um monte de gente, no metrô, na Central do Brasil, nas igrejas, nas ruas, etc:
De Nei Duclós
O mar perdeu o mar
as ondas vem avisar
Netuno não cansa de gritar
nem os búzios sabem onde está
A água bate
e volta sem encontrar
Inúteis faróis acendem e apagam
Mas o mar está louco
e pediu para despistar
Não posso dizer nada
Quem se perdeu? Não sei
Brinco na areia e calo
Do Livro NO MEIO DA RUA (1979)
A chuva desce forte sobre a cidade do Rio de Janeiro, enquanto escrevo,
só Deus sabe porquê.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
Gente, eu confesso: não resisti...
domingo, 18 de outubro de 2009
Arturo Peña
Arturo é jornalista, excelente prosador e poeta.
Uma amizade preciosa que trouxe do Paraguai:
Un hombre sediento iba caminando penosamente sobre la caliente arena de un desierto. En un momento tuvo una alucinación. A lo lejos vio un oasis de aguas claras y frescas. Se acercó a rastras y al llegar a lugar de su visión, sació su sed imaginariamente. Se refrescó. Descansó. Siguió caminando hasta su próxima alucinación.
Tirado do blog:
http://paraguayrecargado.blogspot.com/
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