Bom, não sou jornalista. Então não esperem de mim jornalismo, eu dou pitaco e opinião porque vivencio os fatos.
Na segunda-feira começou no Rio de Janeiro um verdadeiro martírio. Uma chuva forte e interminável que em menos de meia hora já tinha enchido o bairro de Botafogo, onde eu me encontrava. Óbvio, fiquei ilhada.
Não só eu como uma penca de pessoas que, desprevenidas, se apertavam nas marquises dos prédios buscando, inutilmente, um táxi ou um ônibus, para que pudessem sair daquela situação desesperadora.
Todo mundo encolhido e a água subindo ameaçadora.
No meio disso tudo encontro uma amiga, também como eu, aparvalhada.
Um cara na nossa frente fez sinal para um taxi e conversou com o motorista, mas o taxi saiu vazio e só ouvi o cara dizer: - Vai para Copacabana!
Parei o taxi, e fomos eu e minha amiga para Copa. Com o coração na mão, conseguimos atravessar a Real Grandeza e seguir para Copacabana ainda sem grandes bolsões de água.
Chegamos em casa, ligando a tv e rádio para ver o que se passava, mas foi no twitter que conseguimos a maioria das informações (recomendo: twet LeiSecaRJ).
Bom minha amiga resolveu ir para casa e aproveitou um momento de estiagem para partir e eu, fiquei lá ouvindo as barbaridades que estavam acontecendo pela cidade.
Pela manhã a chuva continuava no mesmo pique do dia anterior, forte e paralisante.
Ai começaram os absurdos, o Prefeito e o Governador sugerem que todos fiquem em casa e tudo vira feriado estadual. Os tais planos de emergência contra as chuvas (comuns nesta época do ano), viram pó soprado pelo vento e pelo frio e pela realidade da cidade exposta, nua e crua.
As declarações são as mais disparatadas, uns culpam a chuva, outros o lixo, outros ainda as pessoas pobres e ignorantes, as favelas e por aí vai.
As construções do PAC, se transformam em cubos de apartamentos em meio a uma piscina de água, lama e infiltrações por todo o lado, mais grana desperdiçada.
Foto de 1998 - Rio de Janeiro
Esse problema tão antigo quanto a cidade do Rio de Janeiro se repete a décadas, é fruto da metrópole caótica que se desenvolve sem planejamento urbano, mas acho que ninguém sabe o que vem a ser PLANEJAMENTO neste país.
A culpa é do bando de pobres que ocuparam as encostas, eles desmataram, construíram suas casas na beira de abismos, apinhadas uma em cima das outras, jogam lixo em qualquer lugar; é tem gente falando besteira demais por aí, eu gostaria que alguém sério, fizesse um trabalho de pesquisa sério, sobre a GEOPOLÍTICA DAS FAVELAS, eu creio que muita coisa interessante se descobriria com um estudo deste tipo. Por que razão se permitiu o surgimento das favelas neste país? Quem ganhou com isso?
Outro tema interessante é a EDUCAÇÃO, mas não se pode falar em educação sem se falar em saúde, alimentação e, voltando em moradia.
Eu gostaria aqui de rechaçar a visão estreita que culpa a população, principalmente a população de baixa-renda e chamar os governantes deste país a voltar ao banco das escolas para aprenderem noções básicas de planejamento e cidadania.
3 comentários:
Chintia obrigada pela visita.
Você toca em vários temas interessantes, uma visão muito boa trazida por uma situação extremamente triste.
Mas para mim você tocou num ponto que me chama sempre muito a atenção - planejamento. E realmente não se tem noção de planejamento, de visão de futuro.
E quando analiso que nós, individualmente, em nossas vidas, pouco usamos um planejamento, por vários motivos, vejo que vamos sofre muito ainda pessoalmente e no coletivo.
abraço
Oi Anna minha querida, acredita que só hoje pude parar e me dar um tempo para ler este meu blogo? Perdão, passarei em seu blog, bjs
Paula, é verdade...
um grande beijo.
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