segunda-feira, 7 de julho de 2008

Na corda bamba

Na corda bamba

Oi gente amiga que visita o OPINIÃO&ATITUDE, hoje é dia de falar!
Escrever sobre sentimentos de quem vive no Rio de Janeiro, ou mais
que isto, escrever sobre quem vive. Eu vivo, é uma constatação. E,
neste exato momento vivo esta angústia de existir na contra-mão do
mundo. Minha casa tem uma bela vista para o morro do Leme (ainda não
favelizado), hoje é segunda-feira e o final de semana passou muito
rápido, então é dia de começar a semana, trabalhar, agir, ter opinião
e atitude. Mas porque será que eu sinto esta angústia, esta opressão
no peito e quase não consigo ver o céu azul e sentir a brisa gostosa
e fria que está a minha volta?
Na minha casa a quietude, a cama nova
e o colchão gostoso, e mais, o edredon e o friozinho das manhãs de
inverno... foi muito difícil sair da cama hoje. Fazer a marmita, tomar
café, o banho, escolher a roupa e pegar o elevador.
Foi um choque,
abrir o portão do edifício e ouvir o barulho - que me pareceu ensurdecedor
da Rua Barata Ribeiro. Isto é a realidade? Carros, muita gente e mais
carros e muita, muita gente. Começou a me dar aquele friozinho na barriga,
sabe? Vocês conhecem esta sensação? Pensei que fosse cair na rua mesmo.
Ando muito estressada, tenho dores de cabeça permanentes que me causam
uma irritação profunda... minhas mãos estão geladas, é hora do remedinho?
Da salvaguarda, do SOS?
Preferi não, preferi chegar no meu trabalho cedo
como o fiz e escrever, falar um pouco desta sensação de estar na corda
bamba. Sei que estas coisas não acontecem apenas comigo, mas como é
difícil! Nestas horas sei o quanto preciso da terapia, o quanto isto
me tranquiliza e dá forças para seguir e o quanto é fundamental CRER.
Crer num DEUS VIVO, de gente viva, que está sempre presente, se manifesta
e se mostra, ser grata me salva, embora, me falte saber descansar no seu
colo como uma criança, ainda preciso aprender a me deixar, me entregar...
de corpo, alma e coração abertos. Ainda sou muito tensa e responsável e
culpada. Sabe, falar de mim tão abertamente me causa uma certa estranheza
mas é bom, quase acolhedor. Por estranho que parece é meu cuidado,
meu trato para comigo mesma, é o meu jeito de me confessar humana, no melhor
sentido da humanidade, bem pertinho de Deus, bem juntinho das pessoas.
Com todo amor, Cynthia

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