domingo, 1 de abril de 2012

Quero-quero


Quero-quero fez um alvoroço na tua janela e você, solícito, foi correndo lá ver a bagunceira.
Te deixou chegar bem perto e nem se incomodou com a tua presença, queria mesmo chamar atenção!
Quando estavas bem distraído com toda aquela arruaça, veio rápida, bicou teus lábios e
fugiu a danada, voando sem parada, toda envergonhada.
Mas você voltava sempre na mesma hora pra ver se a encontrava, enquanto a quero-quero, voava razante sobre os teus cabelos.
Essas coisas do coração são estranhas mesmo, o bichinho precisa voar enquanto o homem faz somente caminhar.
De qualquer forma o chamego continuava e ardia no peito, fazer o quê então?
Sei não, o final da história, fica para outra ocasião...