quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Pão com queijo


Desabafar!
Pois é, não parece ser o melhor espaço, mas se a gente se sente
sufocada e se está em meio ao trabalho e não dá para chutar o
cachorro ou gritar, para não explodir - a gente escreve. Eu escrevo,
afinal, não é politicamente correto chutar bichinhos, gritar na
janela em pleno centro da cidade, para todo mundo ouvir e deixar
que me carreguem para o hospício mais próximo!
Caramba, não acredito em ninguém ou nada, estou totalmente cética
com relação as relações humanas em geral e no particular. Só consigo
crer nos meus sentimentos e em Deus. Onde está meu terapeuta numa
hora destas? Será que o problema é justamente este? Espero muito
dos outros? Exijo muito de mim mesma? Escolho demais ou de menos?
Eu não sei, mas no momento prezado leitor TODO MUNDO É PÃO COM QUEIJO.
Você que me lê pode perguntar: e eu com isso? o que essa doida tá
querendo dizer?
Vou tentar explicar. Talvez nem consiga porque o que sinto é um misto
de despeito, raiva e um profundo desejo de magoar alguém. Ô derrota! rsrs...
No final só rindo da gente mesmo.
Está tão difícil seguir sorrindo ou acreditando.
Está tão óbvio, mais um conto de amor descolorido,
mais um poema que ficou no se... tivesse eu escrito.
Uma música sem melodia, uma canção que eu desafino, desatino amar tanto,
desperdiçar tão grande amor, jogar pérolas aos porcos, comer pão com queijo
por anos a fio.
E essas lágrimas que insistem em desafiar minha razão, meu já pouco tino.
Alguém, em um comentário sobre um dos meus poemas, disse que não se remendava
e por mais entrada em idade que fosse, continuava uma romântica, apesar das
muitas decepções pelo caminho.
Hoje estou triste como ela e vou tateando pela casa, tentando achar um fio,
princípio da minha meada.
É eu não quero o Brad Pitt, o Russel Crowe ou seja
lá o tipão da moda e da vez. Todos bonitões e sarados, mas eu não conheço
nada deles, nada verdadeiro; eu não posso vê-los do avesso.
Daí eles são os bonitões e sarados que a gente vê nos filmes e só.
Dói mesmo são aqueles que deixam antever a alma, e a alma está nos versos,
na arte. Dói o que vc imagina estar próximo e nem vê que o cara está
a vinte mil léguas submarinas de você, num reino muito, muito distante.
Prá lá de Bagdá!
Isso me lembra uma tirinha do Garfield, que em plena segunda-feira, onde tudo dá errado ele se vira para o espelho e diz entredentes: ainda bem que eu tenho bom humor.
Ainda bem que eu tenho bom humor, mesmo tendo reduzido a humanidade a uma simples
expressão (pão com queijo), mesmo não conseguindo rir de mim mesma, mesmo irada
e cheia de inveja e espanto!
Agora eu me calo e fico em silêncio, tento me achar mergulhada no mar do meu sem
palavras. Só para não me magoar mais ou ferir alguém que nada tem a ver com
minhas dores, amores, crises.
Aos meus leitores minhas excusas.

Apesar da certeza que eu tenho que tudo isto tem a ver com todo mundo, em algum
momento, em um determinado tempo, quando amar se torna um ato de rebeldia, um solitário ato de rebeldia.

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