Lentamente as asas se descolam do corpo e parecem criar
uma vida independente.
Fecho os olhos. Já não sinto mais meu peso: sou como uma
pena a flutuar no ar, mesmo que ainda um tanto
desajeitada. Sinto todos os cheiros, todos os climas, todas as
correntes de ar.
Respiro bem devagar e aprumo meu corpo e sobre a pele
sinto nascer um desenho interno. Quem eu sou agora? Não
importa quando toda a mudança se processar eu saberei, eu
serei alguém completamente novo neste mundo e o
encontro com outros como eu será irremediável.
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