domingo, 4 de novembro de 2012

Demência

Um calafrio repentino me fez ficar atento, alerta.
Pressenti que alguém estava por chegar... por Deus, aquilo parecia cena típica de um filme de terror.
Uma campana, naquela picada aberta, fora da estrada observando a casa, que parecia ter sido abandonada há muitos anos. Meu coração começou a acelerar, um carro vinha devagar pela estrada deserta.
 - Será que vai parar, finalmente?
Parou. Nisso meu coração quase saiu pela boca!
Ele saiu do carro e repetiu cada detalhe do que sempre fazia sem desconfiar de que estava sendo observado. Depois de algumas horas, pegou o carro e voou pela estrada, como de costume. Acendi um cigarro e fumei calmamente para afastar a ansiedade e para me certificar de que ele não voltaria.
Então, fui até a casa. O homem havia limpado todo o samgue, mas lá estava ela disposta em cima da mesa, cortada em pequenos pedaços cirúrgicos. Respirei fundo, que perfeição de detalhes, uma pintura cubista!Tirei várias fotos e fui embora, tendo o cuidado de eliminar qualquer vestígio da minha presença naquele lugar, qualquer dia, ia montar uma exposição com todas as obras daquele artista, por ora, sua obra ficaria exposta somente para mim, para o meu prazer pessoal e para mais ninguém.

Nenhum comentário: