sexta-feira, 14 de março de 2008

Panis Et Circences

Não tem pão, mas circo é o que não falta!

Estou falando sim, me atrevo a falar do Carnaval no Brasil.
Quantas vezes ficamos pensando em como outros países latinos vêem o tal do nosso Carnaval.
Lembro-me de quando estudei filosofia e isso já faz um tempão, que discutíamos a festa como o pão e circo romanos, chamávamos a “festa do oprimido”. Antropologicamente, várias tribos possuíam festas semelhantes para as "minorias" oprimidas dentro do seu nicho social.
Bom, em síntese, drogas (sejam elas lícitas ou ilícitas), muito sexo, violência e perversão. Só isso? Não, tem brincadeira saudável e alegria (que termina quando precisamos de algo externo a nós, para sermos alegres e brincalhões). Aí tudo termina no tal circo filosófico romano, onde os cristãos eram sacrificados (alegremente), por um bando de gente, cujo prazer eu identifico muito com a atual violência das torcidas organizadas nos estádios de futebol, ou fora deles (sem generalizar, ok?).
Pois é, o Brasil não é o país do Carnaval (para surpresa de muitos). Tem gente que trabalha por todo o ano para mostrar a sua arte, no maior espaço aberto, livre, gratuito e popular deste país. Eu falo de arte e não do desprezo ao corpo das genitálias desnudas e sempre femininas!
Muita gente pode não concordar comigo, beleza... vivam as diferenças, as polêmicas, as atitudes. Mas o que eu gosto no Carnaval são as crianças fantasiadas com seus personagens imaginários - é o lúdico e esta arte dos carros, fantasias e sambas enredos históricos e rítmicos, brasileiros e africanos. É a cultura que fazemos nas ruas, nas praças e até no sambódromo. É isso.

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