quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Intimidade entre Estranhos

Caminhando por Copacabana, em plena quarta-feira, em um raro momento de folga, dei de cara com um cartaz do último CD do Frejat cujo título era justamente este: Intimidade entre Estranhos.
Fui pagar contas, almoçar, bater perna, e nada daquelas palavras saírem da minha cabeça - eu as processava interiormente.
Na verdade isto é quase automático em mim, quando capto algo de forma consciente, o que faço é ruminar e buscar no meu inconsciente alguma coisa que me incomoda e me faz refletir, sentir e finalmente re-processar, racionalizar, elaborar um discurso.
Deixei, portanto, minha mente livre para livres associações.
A primeira coisa que pensei foi em minha “síndrome”, na verdade eu é que a chamo assim, estou me referindo a minha hipermetropia. Alguém sabe o que é hipermetropia? Eu tenho uma visão bem particular do assunto, um conceito próprio, trata-se da “arte de não ver o mundo de muito perto”, por isto se faz necessário um anteparo: as lentes, os óculos.
A segunda questão que me coloquei foi a seguinte: quem é o estranho? quem é o próximo?
Fui atrás então de uma definição para estas questões. Segundo o Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa – O GLOBO, estranho é todo aquele que é de outro lugar, o estrangeiro, o esquisito, o misterioso, o desconhecido. De forma análoga, o próximo é aquele que está perto, o contíguo, o chegado ou o conjunto de todos os homens – o amor ao próximo.
Portanto, juntando A + B, concluí de forma aleatória, que para mim o estranho é na verdade o meu próximo, por mais que tudo isto pareça contraditório.
E a intimidade? Eis aí mais uma incoerência, a intimidade pressupõe dedicação, afeição, é aquilo que está muito no interior, na profundidade do ser, refere-se a algo a que se está muito ligado.
E tudo fica bem mais interessante! Controvérsias a parte, eis um momento muito particular, volto a refletir: como amar alguém com quem nunca se esteve frente a frente, como sentir tanto desejo por uma pessoa que a gente nem conhece, porque se dar ao trabalho de imaginar seu olhar ou a sua risada clara?
Penso, é tão simples classificar tudo que sinto como uma fantasia, como um defeito perfeccionista? Mais uma conclusão: é muito mais fácil desejar quem não está perto da gente, porém, nem isto é mesmo conclusivo.
Outra coisa é amar o cotidiano, o previsível, aquele que está ao nosso lado, o que está perto (apesar de nossos óculos), mas ainda me intriga a intimidade. Não se trata aqui da proximidade, do calor, dos corpos. Na verdade falo de interesses, de sensibilidades, de delicadezas... de partilhar sonhos, cheiros, ares e palavras. De uma sensualidade declarada, expressa, sem lugares comuns ou vulgaridades. Como e porque ter e sentir tudo isto por alguém que está a léguas de distância? Não seria muito mais simples e óbvio ter toda esta intimidade com quem partilhamos nossas vidas?
Na verdade já deu para compreender que não consegui fechar nenhuma destas questões com conclusões racionais. Talvez porque não seja racional mesmo e se refira tão somente a sentimentos muito íntimos e talvez provenientes (muito provavelmente!) da minha história de vida.
Apenas sei que me engano ou realmente amo alguém que está fora do meu controle e que, portanto, também não me pode controlar. Ou talvez eu goste deste jogo sedutor e misterioso de estabelecer uma intimidade cada vez maior e mais profunda com um estranho. Ou quem sabe, ainda, trata-se apenas de uma dificuldade concreta de estabelecer relações de confiança com as pessoas que estão ao meu lado ou mesmo, um problema de difícil solução, mas não uma impossibilidade de me sentir desejada e amada por aquele que me diz (apesar das suas limitações), todos os dias que me ama e se preocupa comigo, que é doce e sem jeito, porque afinal de contas e isto eu posso dizer de cadeira: ninguém é perfeito!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Refletindo sobre o Amor

O amor, este sentimento tão louco que cria arco-íris em pleno sol, que faz tudo ficar iluminado, que não necessita de afirmações e que não dispensa nenhuma delas!
Amores muitos, de vários gêneros, o Amor de Deus por nós, o amor da gente pelos que sofrem, o amor dos amantes apaixonados, o amor dos amantes enamorados, o amor que move o mundo e nos diz que somos raça humana e humanamente possíveis.
O amor que eu sinto por ti nestas minhas declarações inseguras e sem jeito... o amor que sinto por ti neste meu descarado apelo para que me confirmes o que sentes. Tudo isto misturado com certezas e medos! rsrsrsrs... que bom que a primavera chegou e com ela o sol tímido mas gostoso, que bom que tudo floresce, em mim e em você - em nós.
Quero te ver, olhar nos teus olhos e reconhecer o seu brilho, a luz destes dias, o reflexo verde do mar esmeralda - Copacabana.
Quero a tua boca, desejo o teu sorriso luzindo meus dias, depois de muitos e doces beijos, depois de muitos e vorazes beijos... rsrsrs...
O amor é para sempre, nele não há receita ou garantia, mas o que se pode viver deve ser feito com paixão ardida, com ternura e carinho, com palavras e versos, sem nenhum pudor, por quê? Porque é amor, ora!
Então o leitor poderá me questionar: e a nossa responsabilidade? Pois assim eu respondo, sejamos responsáveis por este sentimento que nos alimenta os sonhos, sejamos responsáveis por nossos desejos, sejamos responsáveis um pelo outro através do nosso carinho e cuidados - porque tudo isto o amor exige.
E ainda cabe mais um questionamento, paixão e amor não são diferentes?
Eu digo não - ame com paixão, mas nunca esquecendo de quem você é, você é um e único, ande lado a lado com seu amor, de braços dados, de mãos dadas, o caminho é feito junto. Deixe que os corpos se entrelacem, aceite as diferenças e ame a si mesmo, afinal o importante é manter a mente certa, a espinha ereta e o coração em Cristo, e teremos e poderemos viver a libertadora visão do amor por todos os séculos e séculos. Amém

domingo, 14 de setembro de 2008

Marlon Brando?


Eu sei que a princípio ninguém vai entender nada.

Por que falar sobre Marlon Brando? O que interessa isto?
Eu vou explicar, não sei se as minhas leitoras vão confirmar,
mas revendo fotos antigas dos filmes holiwodianos, dei de cara
com este ícone da fantasia feminina. Representação da rebeldia,
do inconformismo e da beleza bruta e masculina, tão aterradora
como também tão sedutora.

Um homem solitário abre seu caminho pelas rodovias americanas,
tentando ser livre, tentando desesperadamente se libertar do
sonho americano, do seu estilo de vida opressor, superficial e
alienado.

Bom, esta é a minha versão de Brando, tão lindo! Mas que aos poucos
foi se deformando, envelhecendo, engordando e mesmo assim, consegue
encantar e fazer suspirar as mulheres com seu papel em Don Juan deMarco, em 1995. Já não queria mais o papel de galã, nem os troféus da Academia, engajado, lutava pelas minorias em seu país.



"Só estou no cinema por dinheiro, nenhuma outra profissão paga tão bem!", só Brando poderia fazer uma declaração destas e arcar com toda a responsabilidade por seus atos e palavras.



Característicos de Marlon Brando são os filmes como Queimada e Apocalypse Now, neles eu vejo um ator em toda a sua maturidade, magnético, forte e revelador. Como em o Último Tango em Paris, em que domina a tela do início ao fim com seu personagem angustiado que procura a morte sufocado pela culpa e pelo desamor.

Não há como negar sua presença forte, marcante, sexy e masculina, em todos os papéis que fez.

Por que falar de Marlon Brando? Porque não existe mais graça no cinema americano e nele quase não há ousadia, novidade ou grandes atores que apenas com sua presença, preencham as telonas nossas de cada dia.