quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Asas














Voltei a ter asas. A intenção é voar, voar, por sobre as águas calmas do mar, ser uma com os ventos.

Quando voo, as asas cantam...

Pairei sobre as palavras: umas machucam outras fazem cócegas e há ainda aquelas que me tiram o ar!

- Eu falo demais, eu sei...

mas se eu não falo, como saber o que sinto? como entender o que sonho?

Longas distâncias percorri; o tempo e o espaço se uniram por mim, sou uma louca inspiração!

O poema surge desta minha necessidade febril de viver.

O poema surge desta minha necessidade apaixonada de tocar o outro.

O poema surge do desejo de ser.

Os arranha-céus, nem chegam perto do céu. Apenas atrapalham um tanto o nosso voo.

As aves se espantam com a minha liberdade.

Eu confesso: dou asas as minhas fantasias todas!

Minhas asas? Não as peguei emprestadas de ninguém. Elas foram sendo tatuadas em meu corpo como um presente, depois de tão longa caminhada.

Nesta noite, meu anjo, teu sopro divino fez brotar, em meus olhos, toda a água da vida.


*Imagem: pintura de Fidel Garcia.

2 comentários:

AC disse...

No distender das asas sentimos a nossa libertação...

Beijo :)

Cynthia Lopes disse...

:))
bjs