segunda-feira, 6 de julho de 2015

Causos do cotidiano de Copacabana II

Este foi logo na primeira semana do outono, onde logo cedo parti para caminhar no calçadão.

Tinha atravessado a Barata Ribeiro, quando me deparei com aquela cena inusitada: uma mulher trôpega, totalmente embriagada, gritava no celular - Eu só queria fazer você feliz, eu só queria fazer você feliz!

Se a pobre não estivesse tão bêbada eu a teria parado imediatamente.

- Peraí, desliga já este celular! Que história é essa de eu só queria fazer você feliz? Pode parar. Então é assim, o outro se enche de si mesmo enquanto você fica totalmente vazia de si mesma? Prestou atenção? Está se ouvindo? Cadê a autoestima filha?

Me deu uma vontade danada de sacudir a pessoa.

Mas a criatura estava pra lá de Marrakech, sem chance de ser situada na vida.

Na hora que a gente leva um pé na bunda vale tudo, rodar a baiana, descer do salto, chutar o pau da barraca e tudo mais que se tem direito, mas depois, sem essa de se humilhar, de por o outro num lugar que a gente inventa. E dá pra dizer tudo isso porque eu já fiz essas besteiras então, falo de cadeira.

Esta coisa de amar demais, de se apaixonar e se rasgar toda, é legal só em bolero.

E isso vale pra todo mundo, porque todo mundo é humano e muitas vezes carente ou sofrido e ainda acredita que a sua felicidade está sempre no outro.

Eu já disse e repito, em Copacabana há muitas histórias, eu presto atenção a todas elas. São todas tão humanas e doidas que sempre parece natural que elas aconteçam aqui, nesta Copabacana.

2 comentários:

A.S. disse...

O mundo é um imenso palco nós somos atores de uma peça, atuando de improviso!
Talvez seja isso que fascina os poetas!...

Beijos!
AL

Cynthia Lopes disse...

Talvez poeta, talvez...
De qualquer forma eu adoro intervir
nessa peça, gosto de pensar que posso
mudar as peças do jogo!
bjs