quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Retrospectiva


Este ano de 2008, com certeza, foi um ano de muitas conquistas pessoais.
Mas apesar de toda comemoração e gratidão que tenha por isso, não vale aqui apenas um depoimento firmado na primeira pessoa e, sim uma retrospectiva pessoal do que observei no meu país e no mundo durante todo este ano que passsou.
E o que vi, infelizmente, foi a violência, a corrupção e a impunidade.
Sei claro, que os homens imperfeitos como são e tão distantes de Deus como estão, não são capazes de julgar a si mesmos ou ao menos refletir sobre os seus atos, como então podem julgar com presteza os outros? Entretanto, temos em todos os países instituições vinculadas à justiça e homens que, a princípio, estariam incumbidos de fazê-la.
Este ano foi marcado não só em minha cidade, Rio de Janeiro (Brasil), como em vários estados deste país, pela violência e pela barbárie.
A violência covarde contra crianças e velhos nos deixou a todos não só estarrecidos como imensamente preocupados.
Não importa o que cada um entende por família e nem isto está em discussão aqui, importa sim discutir sobre: AMOR, RESPEITO, FRATERNIDADE E SOLIDARIEDADE.
E não falo assim apenas localmente, ou no meu país. Podemos e devemos entender essa como uma reflexão para todo o mundo.
Não existe sistema ideal, homens ideais, sociedades ideais. Entretanto, estamos lidando com um mundo doente e agonizante - nisto temos que refletir.
Digo, uma reflexão profunda não só sobre a crise econômica, mas sobre a doença que corrói a alma dos homens e os torna insensíveis a dor do outro. O desrespeito total pela vida, seja qual for a sua forma e o escárnio pela miséria e a morte de milhares em prol de qualquer ideologia facista e pequeno-burguesa.
Coisas boas aconteceram, sem dúvida... contudo, a mídia nos bombardiou com as piores situações, reais, mas que a imprensa tratou de usar com seu sensasionalismo peculiar.
Não sei se sou apenas eu, mas estou exausta de ver nos jornais matérias superficiais sobre acontecimentos seríssimos que nos chocam e amedontram todos os dias. Estou cheia de ver mulheres peladas ocupando as capas de revista enquanto muitos morrem ou perdem seus bens, suas casas e famílias em tragédias "anunciadas" como as do Estado de Santa Catarina com as chuvas.
As sociedades e seus diversos segmentos não discutem, não debatem, não dialogam. Apenas empurram com a barriga e assistem às tragédias pela televisão.
Soluções? Existem sim! É só vestirmos a carapuça que nos cabe, arregaçar as mangas e fazer alguma coisa... nem que seja abrir a boca ou atirar um sapato no Bush, aliás,
que campanha será feita (internacionalmente) a FAVOR DO JORNALISTA QUE TEVE TÃO DIGNA ATITUDE?????
Desulpem se fui longe demais agora, será que fui mesmo? Deixo tudo que escrevi para reflexão daqueles que aqui se detenham e tenham a curiosidade de ler este texto até o final. Conto mesmo com a opinião de todos.

domingo, 9 de novembro de 2008

"Eu estive no topo da montanha"






Este é o título do último sermão de Matin Luther King.

Distribuído aos fiéis da igreja em Memphis, Tennessee, no dia 03 de abril de 1968, portanto, na véspera de seu assassinato em 04 de abril, cujo trecho eu reproduzo:

"Bem, agora não sei o que me acontecerá. Teremos alguns dias muito difíceis pela frente. Não tem importância para mim agora, porque eu já estive no topo da montanha. Não me importo. Como qualquer um, eu gostaria de ter vida longa. Longevidade tem o seu lugar. Mas não estou preocupado com isso agora. Eu só quero fazer a vontade de Deus. E ele tem me deixado ir ao topo da montanha, já posso enxergá-la; eu já vi a terra prometida. Talvez não chegue lá com vocês. Mas quero que saibam hoje à noite, que nós, como povo alcançaremos a terra prometida. Estou feliz nesta noite. Não estou preocupado com nada. Não estou com medo de nenhum homem. Meus olhos já viram a glória da vinda do Senhor."

"O Reverendo King lembrava, assim, de um outro líder - Moisés, que levou seu povo à liberdade, mas não entrou na Terra Prometida (Dt 34)." (MELLO, Editorial *IPC, 2008)

E assim eu desejo começar a falar da histórica eleição do presidente negro Barack Hussein Obama.

A verdade é que esta eleição só foi possível porque houve um enfrentamento, pela sociedade daquele país, do problema racial. O ódio racial nos Estados Unidos, gerou guerras, confrontos, líderes e mártires, gerou o aparthaid na África do Sul, como também criou uma discussão, uma comoção social, uma história que permitiu que os EUA elegessem o primeiro presidente NEGRO ou AFRODESCENDENTE, da nação da Ku Klux Klan (formada no mesmo Tennessee).

Muita gente tem um sonho... Não somos poucos, somos muitos. Por quê? Porque neste mundo satânico onde o pior da natureza humana aflora o tempo todo, aqueles que estão próximos de Deus não só oram, mas são luzeiros do mundo lembrando que é possível ser humano. O povo de Deus enfrenta e muda os rumos da história, justamente, porque são Nação Santa. E são estes mesmos que se contrapõem ao mal que reside neste mundo. Por isso eu digo com todas as letras: SONHE, O SONHO EXISTE E PERSISTE, somente porque somos aqueles a quem Deus abençoou com seu amor. Temos nossas lutas e tribulações mas CREMOS, e como Mantin Luther King podemos afirmar: "Não estou com medo de nenhum homem. Meus olhos já viram a glória da vinda do Senhor."

Deixo para que todos possam refletir mais, sobre este momento histórico, a opinião dos grandes estadistas do nosso tempo que comentam sobre as eleições presidenciais americanas:

Hugo Chávez, presidente da Venezuela:

Em nota da chancelaria venezuelana, Chávez, um crítico feroz do governo de George W. Bush, estendeu os cumprimentos aos americanos pelo resultado eleitoral: "A eleição histórica de um afrodescendente na liderança da nação mais poderosa do mundo é um sintoma de que a mudança de época gestada no sul da América poderia estar batendo às portas dos Estados Unidos"

Evo Morales, presidente da Bolívia:

O líder boliviano aplaudiu a "grande vitória" e previu uma retomada nas atualmente deterioradas relações entre os dois países.: "Obama é uma homem que vem de setores discriminados e escravizados. Meu grande desejo é que o senhor Obama possa suspender o embargo a Cuba, retirar as tropas de alguns países, e também assegurar que as relações entre a Bolívia e os Estados Unidos vão melhorar", afirmou o presidente boliviano.

Fernando Lugo, presidente do Paraguai:

"A eleição de Obama traz esperança para América Latina" disse o ex-bispo. Para Lugo, a eleição de um negro representa uma perspectiva nova para um mundo que exige uma postura mais humanista de seus governantes. "[A eleição] gera esperanças para a América Latina, abrindo a possibilidade de um diálogo mais fluido e construtivo sobre os temas de desenvolvimento, direitos humanos e migração", afirmou Lugo. O líder paraguaio espera que a vitória do democrata possa melhorar também as condições de vida dos cidadãos latinos que vivem nos Estados Unidos e reorientar a política de migração do país.

Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai:

Vázquez ressaltou que o que o governo democrata conseguir "será bom para os americanos e os cidadãos do mundo". O líder uruguaio desejou "o maior dos êxitos" a Barack Obama e também pediu uma melhor relação bilateral, com o aprofundamento do intercâmbio comercial: "Nossos cumprimentos" a Obama pela "estupenda jornada cívica vivida pelo povo-irmão dos Estados Unidos". Primeiro socialista no poder no Uruguai, ele disse que o Uruguai seguirá "na mesma linha" com Washington, com o objetivo de "melhorar o relacionamento, o intercâmbio cultural e científico e também melhorar o intercâmbio comercial".

Michelle Bachelet, presidente do Chile:

A chefe de Estado celebrou a eleição do primeiro presidente negro dos EUA. Para a líder chilena, as principais preocupações do democrata são "as mesmas do Chile": a justiça social e a igualdade de oportunidades. A presidente chilena afirmou que a eleição do senador de Illinois é "um momento histórico", enquanto o mundo atravessa sérias dificuldades no âmbito econômico, energético e alimentar. "Toda a comunidade internacional precisa de novas soluções e uma preocupação especial pelos mais desprotegidos, e estou certa de que Barack Obama é a expressão dos sonhos de toda uma nação por um futuro melhor e mais cheio de esperança", afirmou.

Angela Merkel, primeira-ministra alemã:

Merkel congratulou o novo presidente dizendo estar convencida que a cooperação entre os Estados Unidos e a Europa será "estreita e marcada pela confiança mútua". Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que com Obama os americanos elegeram também uma mudança na política externa, e que as relações com os Estados Unidos deverão melhorar.

Presidente da França, Nicolas Sarkozy:

Ele parabenizou o democrata por sua "vitória brilhante" nas eleições e ressaltou que o resultado gera uma imensa esperança para a França, Europa e o resto do mundo. Sarkozy falou com o presidente eleito sobre sua conquista, mudança e otimismo, segundo um comunicado emitido pelo governo.

Primeiro-ministro britânico, Gordon Brown:

"Gostaria de oferecer minhas sinceras felicitações Barack Obama por sua eleição para a presidência dos Estados Unidos", afirma Brown em um comunicado. "As relações entre Estados Unidos e o Reino Unido são vitais para nossa prosperidade e nossa segurança (...). Barack Obama fez uma campanha inspiradora e espalhou uma grande energia política com seus valores progressistas e visão de futuro", acrescentou.

Primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi:

Um dos mais fortes aliados do presidente George W. Bush, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi parabenizou Barack Obama, afirmando que a parceria entre os americanos e a Itália será a mesma: "A colaboração com os Estados Unidos, país da coragem e da liberdade, continuará assim como tem sido nos últimos anos com o sentimento de uma gratidão sempre viva em nós", disse ele.

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU:

Para Ki-moon, a eleição do democrata Barack Obama à Casa Branca oferece ao mundo uma "oportunidade histórica para iniciar uma era de multilateralismo renovado", no qual desempenharão um papel fundamental "as relações entre os EUA e as Nações Unidas". O secretário-geral da ONU afirmou ter "acompanhado de perto e com grande interesse a campanha eleitoral dos EUA", e disse ter ficado impressionado com alguns conceitos "expressados com eloqüência pelo candidato (democrata)". A ONU vê com interesse a vontade de Obama de dialogar com todos os líderes do mundo, mesmo com aqueles mais controversos.

Primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark:

Ela também felicitou o democrata, comentando que o candidato chega à Casa Branca em meio a "uma difícil conjuntura". A trabalhista Helen, que no próximo sábado tentará a reeleição nas urnas, parabenizou a vitória do Partido Democrata nos EUA e disse que a Nova Zelândia quer trabalhar com o Governo Obama.

"Existem muitos desafios no âmbito internacional, incluindo a crise financeira e o aquecimento global. Esperamos trabalhar de perto com o presidente eleito e sua equipe para superar isso."

Presidente do Afeganistão, Amid Karzai:

"Eu aplaudo o povo americano por sua grande decisão e espero que a nova administração dos Estados Unidos da América e a grande manifestação de preocupação com os seres humanos e a falta de preocupação com a questão de raça e cor ao eleger um presidente contribuam para trazer os mesmos valores ao resto do mundo mais cedo ou mais tarde. Eu aplaudo o povo americano uma vez mais e espero que essa eleição e a chegada do presidente Obama tragam paz ao Afeganistão, vida ao Afeganistão e prosperidade para o povo afegão e o resto do mundo."

Presidente da Comissão Européia, José Manuel Durao Barroso:

"Nós precisamos transformar a atual crise em uma nova oportunidade. Nós precisamos de um novo acordo para um novo mundo. Eu sinceramente espero que com a liderança do presidente Obama, os Estados Unidos da América juntem forças com a Europa para levar a esse novo acordo. Pelo bem de nossas sociedades, pelo bem do mundo."

Presidente do Quênia, Mwai Kibaki:

"Nós o povo do Quênia estamos imensamente orgulhosos de suas raízes quenianas. Sua vitória não é somente uma inspiração para milhões de pessoas em todo o mundo, mas tem um eco especial para nós aqui no Quênia."

Primeiro-ministro japonês, Taro Aso:

"À medida que o mundo enfrenta muitas dificuldades, estou seguro que os Estados Unidos, sob a excelente liderança do presidente eleito Obama, irão avançar ainda mais e ao mesmo tempo cooperar com a comunidade internacional. "A aliança nipo-americana é chave para a diplomacia japonesa e é a base para a paz e a estabilidade da região Ásia-Pacífico. Com o presidente eleito Obama, eu estreitarei a aliança EUA-Japão ainda mais e trabalharei para resolver as questões globais como a economia mundial, o terror e o meio ambiente."

Presidente da África do Sul, Kgalema Mothlanthe:

"A África, que hoje sente-se orgulhosa de sua façanha, só pode almejar uma relação de trabalho frutífera com você em nível bilateral e multilateral no nosso empenho para criar um mundo melhor para todos os que vivem nele. "Nós expressamos esperança que a pobreza e o subdesenvolvimento na África, que continua sendo um desafio para a humanidade, continuará recebendo atenção maior na nova administração."

Primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper:

"Eu estou ansioso para encontrar-me com o presidente eleito, de modo que possamos continuar a estreitar os laços especiais que existem entre o Canadá e os Estados Unidos. "Nas semanas e meses à frente, autoridades e diplomatas canadenses estarão trabalhando próximo a membros da equipe de transição do presidente eleito Obama. Ministros do nosso governo estão ansiosos por construir uma forte relação de trabalho com seus parceiros em um novo gabinete de Obama."

Embaixador Paquistanês em Washington:

"O presidente (Asif Ali) Zardari expressou esperança que as relações entre os Estados Unidos e o Paquistão sejam intensificadas sob a nova liderança americana que recebeu seu mandato popular nas eleições de terça-feira. "


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*IGREJA PRESBITERIANA DE COPACABANA - IPC

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Entre Cordeiros e Lobos

Lucas 10: 3 - Ide; eis que vos envio como cordeiros ao meio de lobos.

Neste contexto, Jesus envia os discípulos pelo caminho, para que eles pudessem experimentar o que é seguir o Cristo, o que é Nele se espelhar.
Eles seguiram suas pegadas; se foram de par em par para ensinar, curar, amar, zelar por aqueles que necessitavam e combater as injustiças deste mundo.
Tarefas bem complexas, não? Foi lhes dado “poder” para tanto. Dizemos que o Senhor capacita os trabalhadores para a sua seara.
Os cordeiros tem seus nomes guardados, e os lobos?
Alguém já parou para pensar o que significa ser um cordeiro em meio aos lobos? Alguém já se perguntou como e por que os discípulos foram, sem temor, por onde Jesus os enviou?
Apenas um versículo suscita tantas e tão importantes perguntas.
Somos cordeiros ou lobos?

No espelho meus olhos são cordeiros, mas muito de lobo resta em mim...
Nos meus olhos de espelho seus olhos são dois lobos, embora você deva ter muito de cordeiro... quem sabe?
Eu não sei, apenas leio nas entrelinhas ou nas linhas descaradas dos seus versos, as dores, mordidas de caninos que eu dispenso. Eu disse e repito, não quero as dores que me são impingidas, já tenho minha história. No céu eu deixo os balões coloridos das ilusões insensatas e abraço os sonhos de amor e as perspectivas de uma trajetória comum de entrega...
Eu sei o que eu quero! Vou como cordeiro em meio aos lobos porque sei a quem sirvo. Vou como cordeiro mesmo sabendo que não sou e nem posso ser perfeita. Vou como cordeiro porque sei que internamente, transformações se processam continuamente...
Não passo cheques em branco ou entrego minha vida nas mãos de outros.
Minhas palavras são minhas e cada uma delas eu peso e penso, faço escolhas todos os dias, e a cada dia escolho ser feliz.
Um dia alguém me disse que meu silêncio era como uma bofetada.
Meu silêncio é apenas uma pausa, um ponto de reflexão, eu nunca quis agredir com o meu calar. Na verdade, acho que justo ao contrário, para não agredir eu calo. E como já disse em outros textos meus, rumino idéias, as faço voar sobre a minha cabeça e vou coletando palavras para expressar o que sinto.
Desejo ser verdadeira, sem me incomodar com as suas mentiras.
Assim sigo o sol nos dias de luz e a lua, nas noites em que conto meus amores... imaginando a dor de quem a si mesmo se chama de “cafajeste”.

PS: Verbete, cafajeste – pessoa a quem não se presta importância; indivíduo sem nobreza de sentimentos, com má-formação de caráter, em quem não se pode confiar, velhaco e por aí vai (Dicionário HOUAISS, 2004, p.558).




*****O Senhor cuida de seus cordeiros e os ama, os fortalece e os coloca em meio aos lobos para que estes saibam da Glória do Cordeiro de Deus.

domingo, 12 de outubro de 2008

Vestígios de mim

Eu sou clara como água cristalina.
Sou turva como água barrenta que se avoluma em dias de muita chuva.
Clara&turva, como saber quem eu sou?
O caminho que faço ao caminhar deixa vestígios de mim. Você deseja saber quem eu sou?
Atenção... preste atenção aos meus detalhes: a roupa que deixo pela casa quando chego do trabalho, o banho demorado, os meus pequenos prazeres, aos meus restos de comida, ao brilho dos meus olhos, ao som que eu escuto, a minha janela que se abre aos verdes e azuis de cada dia, atenção ao que eu escondo todos os dias!
Você deseja mesmo saber quem sou?
Procure meus sinais, os meus rastros em minha poesia.
Ali, para lá do que eu sou está transcrito... um conjunto de ME-TA-FO-RAS, mais que tudo – BÚSSOLA DE MIM apontando meus múltiplos destinos, minhas crenças, meus princípios, meu corpo que arde, minha boca que pede sempre um doce fruto.
Costumo dançar nos telhados e adoro os ventos, sou uma força da NATUREZA.
Mas tenho cá meus defeitos, costumo sonhar com alguém que tente saber quem eu sou através do meu coração. E, quem lê corações ? Fernando Pessoa mesmo diz que o poeta é um fingidor! permitam-me, humildemente, discordar pois, vejo poemas e versos como diálogos internos ou mesmo como diálogos com o mundo, com o outro.
Bússola de mim é minha poesia, volto a afirmar... neste conjunto de versos, rimas, palavras, disritmias pode-se ver a picada que abri em meio a toda esta selva de escolhas.
Dentro de mim um canto para cada coisa: uma lua, um sol, um mar e muito mais, um eu, um você, um nós.
Quando estou triste – canto.
Quando estou alegre – mergulho nas águas do mar sem fazer questão de voltar.
Quem eu sou? Não é fácil saber. É mesmo difícil conhecer alguém. Quando amamos aí sim tentamos. Se amarmos muito, consideramos a possibilidade de sermos diferentes e melhores, simplesmente, porque o amor nos preenche de tal forma, que modifica tudo.
Desta forma posso concluir que é preci-necessário (expressão dos Novos Baianos), AMAR – para se ter coragem de juntar vestígios e pedir a Deus para ser capaz de ler este pergaminho, este enorme livro que é cada um de nós.

(*) Inspirado na música "Rastros" de Delayne Brasil e Laura Esteves.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Intimidade entre Estranhos

Caminhando por Copacabana, em plena quarta-feira, em um raro momento de folga, dei de cara com um cartaz do último CD do Frejat cujo título era justamente este: Intimidade entre Estranhos.
Fui pagar contas, almoçar, bater perna, e nada daquelas palavras saírem da minha cabeça - eu as processava interiormente.
Na verdade isto é quase automático em mim, quando capto algo de forma consciente, o que faço é ruminar e buscar no meu inconsciente alguma coisa que me incomoda e me faz refletir, sentir e finalmente re-processar, racionalizar, elaborar um discurso.
Deixei, portanto, minha mente livre para livres associações.
A primeira coisa que pensei foi em minha “síndrome”, na verdade eu é que a chamo assim, estou me referindo a minha hipermetropia. Alguém sabe o que é hipermetropia? Eu tenho uma visão bem particular do assunto, um conceito próprio, trata-se da “arte de não ver o mundo de muito perto”, por isto se faz necessário um anteparo: as lentes, os óculos.
A segunda questão que me coloquei foi a seguinte: quem é o estranho? quem é o próximo?
Fui atrás então de uma definição para estas questões. Segundo o Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa – O GLOBO, estranho é todo aquele que é de outro lugar, o estrangeiro, o esquisito, o misterioso, o desconhecido. De forma análoga, o próximo é aquele que está perto, o contíguo, o chegado ou o conjunto de todos os homens – o amor ao próximo.
Portanto, juntando A + B, concluí de forma aleatória, que para mim o estranho é na verdade o meu próximo, por mais que tudo isto pareça contraditório.
E a intimidade? Eis aí mais uma incoerência, a intimidade pressupõe dedicação, afeição, é aquilo que está muito no interior, na profundidade do ser, refere-se a algo a que se está muito ligado.
E tudo fica bem mais interessante! Controvérsias a parte, eis um momento muito particular, volto a refletir: como amar alguém com quem nunca se esteve frente a frente, como sentir tanto desejo por uma pessoa que a gente nem conhece, porque se dar ao trabalho de imaginar seu olhar ou a sua risada clara?
Penso, é tão simples classificar tudo que sinto como uma fantasia, como um defeito perfeccionista? Mais uma conclusão: é muito mais fácil desejar quem não está perto da gente, porém, nem isto é mesmo conclusivo.
Outra coisa é amar o cotidiano, o previsível, aquele que está ao nosso lado, o que está perto (apesar de nossos óculos), mas ainda me intriga a intimidade. Não se trata aqui da proximidade, do calor, dos corpos. Na verdade falo de interesses, de sensibilidades, de delicadezas... de partilhar sonhos, cheiros, ares e palavras. De uma sensualidade declarada, expressa, sem lugares comuns ou vulgaridades. Como e porque ter e sentir tudo isto por alguém que está a léguas de distância? Não seria muito mais simples e óbvio ter toda esta intimidade com quem partilhamos nossas vidas?
Na verdade já deu para compreender que não consegui fechar nenhuma destas questões com conclusões racionais. Talvez porque não seja racional mesmo e se refira tão somente a sentimentos muito íntimos e talvez provenientes (muito provavelmente!) da minha história de vida.
Apenas sei que me engano ou realmente amo alguém que está fora do meu controle e que, portanto, também não me pode controlar. Ou talvez eu goste deste jogo sedutor e misterioso de estabelecer uma intimidade cada vez maior e mais profunda com um estranho. Ou quem sabe, ainda, trata-se apenas de uma dificuldade concreta de estabelecer relações de confiança com as pessoas que estão ao meu lado ou mesmo, um problema de difícil solução, mas não uma impossibilidade de me sentir desejada e amada por aquele que me diz (apesar das suas limitações), todos os dias que me ama e se preocupa comigo, que é doce e sem jeito, porque afinal de contas e isto eu posso dizer de cadeira: ninguém é perfeito!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Refletindo sobre o Amor

O amor, este sentimento tão louco que cria arco-íris em pleno sol, que faz tudo ficar iluminado, que não necessita de afirmações e que não dispensa nenhuma delas!
Amores muitos, de vários gêneros, o Amor de Deus por nós, o amor da gente pelos que sofrem, o amor dos amantes apaixonados, o amor dos amantes enamorados, o amor que move o mundo e nos diz que somos raça humana e humanamente possíveis.
O amor que eu sinto por ti nestas minhas declarações inseguras e sem jeito... o amor que sinto por ti neste meu descarado apelo para que me confirmes o que sentes. Tudo isto misturado com certezas e medos! rsrsrsrs... que bom que a primavera chegou e com ela o sol tímido mas gostoso, que bom que tudo floresce, em mim e em você - em nós.
Quero te ver, olhar nos teus olhos e reconhecer o seu brilho, a luz destes dias, o reflexo verde do mar esmeralda - Copacabana.
Quero a tua boca, desejo o teu sorriso luzindo meus dias, depois de muitos e doces beijos, depois de muitos e vorazes beijos... rsrsrs...
O amor é para sempre, nele não há receita ou garantia, mas o que se pode viver deve ser feito com paixão ardida, com ternura e carinho, com palavras e versos, sem nenhum pudor, por quê? Porque é amor, ora!
Então o leitor poderá me questionar: e a nossa responsabilidade? Pois assim eu respondo, sejamos responsáveis por este sentimento que nos alimenta os sonhos, sejamos responsáveis por nossos desejos, sejamos responsáveis um pelo outro através do nosso carinho e cuidados - porque tudo isto o amor exige.
E ainda cabe mais um questionamento, paixão e amor não são diferentes?
Eu digo não - ame com paixão, mas nunca esquecendo de quem você é, você é um e único, ande lado a lado com seu amor, de braços dados, de mãos dadas, o caminho é feito junto. Deixe que os corpos se entrelacem, aceite as diferenças e ame a si mesmo, afinal o importante é manter a mente certa, a espinha ereta e o coração em Cristo, e teremos e poderemos viver a libertadora visão do amor por todos os séculos e séculos. Amém

domingo, 14 de setembro de 2008

Marlon Brando?


Eu sei que a princípio ninguém vai entender nada.

Por que falar sobre Marlon Brando? O que interessa isto?
Eu vou explicar, não sei se as minhas leitoras vão confirmar,
mas revendo fotos antigas dos filmes holiwodianos, dei de cara
com este ícone da fantasia feminina. Representação da rebeldia,
do inconformismo e da beleza bruta e masculina, tão aterradora
como também tão sedutora.

Um homem solitário abre seu caminho pelas rodovias americanas,
tentando ser livre, tentando desesperadamente se libertar do
sonho americano, do seu estilo de vida opressor, superficial e
alienado.

Bom, esta é a minha versão de Brando, tão lindo! Mas que aos poucos
foi se deformando, envelhecendo, engordando e mesmo assim, consegue
encantar e fazer suspirar as mulheres com seu papel em Don Juan deMarco, em 1995. Já não queria mais o papel de galã, nem os troféus da Academia, engajado, lutava pelas minorias em seu país.



"Só estou no cinema por dinheiro, nenhuma outra profissão paga tão bem!", só Brando poderia fazer uma declaração destas e arcar com toda a responsabilidade por seus atos e palavras.



Característicos de Marlon Brando são os filmes como Queimada e Apocalypse Now, neles eu vejo um ator em toda a sua maturidade, magnético, forte e revelador. Como em o Último Tango em Paris, em que domina a tela do início ao fim com seu personagem angustiado que procura a morte sufocado pela culpa e pelo desamor.

Não há como negar sua presença forte, marcante, sexy e masculina, em todos os papéis que fez.

Por que falar de Marlon Brando? Porque não existe mais graça no cinema americano e nele quase não há ousadia, novidade ou grandes atores que apenas com sua presença, preencham as telonas nossas de cada dia.