Estava eu, plácida, no primeiro carro do Metrô destinado exclusivamente as meninas, quando de repente e não mais que de repente, em uma de suas paradas, me entra pela porta um perfeito exemplar do gênero masculino.
Ele entra apressado, olha diretamente para mim, pois estou bem à porta, e grita sem pestanejar: MACHISTAS!
E imediatamente, apesar dele manter seu passo apressado e covarde para o próximo vagão, para manter-se a salvo da sanha de todas as moças que ali se encontravam, eu revidei: BABACA!
Afinal, ele olhou diretamente para mim.
Depois de alguns segundos do ocorrido, comecei a rir... refletindo junto com as mulheres, que perto de mim, também escutaram aquele despautério.
Porque é só pensar no significado da palavra para entender que o xingamento do tal fulano tratava-se de uma contradição absurda.
Vamos ver o significado de tal termo: Machismo é o comportamento, expresso por opiniões e atitudes de um indivíduo que recusa a igualdade de direitos e deveres entre os gêneros sexuais, favorecendo e enaltecendo o gênero masculino sobre o feminino. O machista é o indivíduo que exerce o machismo. (https://www.significados.com.br/machismo/)
Portanto, é um contrassenso, nesta situação, querer nos insultar nos chamando de machistas.
Quem sabe se ele nos chamasse de feministas ou de feminazis, como alguns idiotas nos chamaram durante a campanha eleitoral.
De qualquer forma querido "descompensado" do gênero masculino, vc serviu para boas risadas hoje no Metrô, foram muitas as piadas e gargalhadas e com certeza, vc alegrou o dia de muitas mulheres que presenciaram este seu KING KONG, neste dia a dia do Metrô carioca.
quinta-feira, 21 de março de 2019
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
BOM DIA
Hoje o dia começou esquisito.
Uma correria pra sair de casa, nem sei bem porquê, mas nada saiu como planejado e acabei me atrasando muito.
Já na rua, uma pomba fez um estrago na minha camisa branca! Uma enorme cagada. Tive que passar na farmácia comprar álcool e lencinhos para tentar melhorar a aparência daquela coisa e evitar a mancha. Entrei no metrô Arco Verde esbaforida e, pra quem conhece, corri pra chegar na plataforma e pegar o trem. Quando chego na plataforma, gente pra todo lado, a plataforma lotada e o trem nada de chegar.
Fiz o percurso todo de novo cheia de razão interpelei a funcionária: Querida, vocês deveriam avisar quando o metrô tem problemas, quero meu bilhete de volta!
E ela me responde, ah, moça tem um cartaz ali e quanto ao dinheiro, a senhora tem que falar com o encarregado.
Cartaz? Que cartaz? Quem vê cartaz minha filha?
Pra minha desgraça tinha uma mocinha lendo o tal cartaz, pra minha sorte uns vinte entrando como eu, sem ler coisa alguma, totalmente apressados.
Nisso, a rapaziada que subiu comigo, começou a se aglomerar.
Resultado, recebi meu bilhete de volta e fui buscar uma outra alternativa de condução.
Como o ônibus tava demorando uma eternidade e o trânsito não tava nada bom, peguei um táxi que foi pela praia e, chegou sem muitos incidentes no Parque da República pela entrada da Praia do Flamengo.
Ainda bem, pois quando eu entrei no Parque, senti um cheiro de infância delicioso.
O mesmo cheirinho gostoso que eu sentia, quando morava em Teresópolis, enquanto criança. O cheiro da chuva, da grama, das árvores, da terra...
Uma correria pra sair de casa, nem sei bem porquê, mas nada saiu como planejado e acabei me atrasando muito.
Já na rua, uma pomba fez um estrago na minha camisa branca! Uma enorme cagada. Tive que passar na farmácia comprar álcool e lencinhos para tentar melhorar a aparência daquela coisa e evitar a mancha. Entrei no metrô Arco Verde esbaforida e, pra quem conhece, corri pra chegar na plataforma e pegar o trem. Quando chego na plataforma, gente pra todo lado, a plataforma lotada e o trem nada de chegar.
Fiz o percurso todo de novo cheia de razão interpelei a funcionária: Querida, vocês deveriam avisar quando o metrô tem problemas, quero meu bilhete de volta!
E ela me responde, ah, moça tem um cartaz ali e quanto ao dinheiro, a senhora tem que falar com o encarregado.
Cartaz? Que cartaz? Quem vê cartaz minha filha?
Pra minha desgraça tinha uma mocinha lendo o tal cartaz, pra minha sorte uns vinte entrando como eu, sem ler coisa alguma, totalmente apressados.
Nisso, a rapaziada que subiu comigo, começou a se aglomerar.
Resultado, recebi meu bilhete de volta e fui buscar uma outra alternativa de condução.
Como o ônibus tava demorando uma eternidade e o trânsito não tava nada bom, peguei um táxi que foi pela praia e, chegou sem muitos incidentes no Parque da República pela entrada da Praia do Flamengo.
Ainda bem, pois quando eu entrei no Parque, senti um cheiro de infância delicioso.
O mesmo cheirinho gostoso que eu sentia, quando morava em Teresópolis, enquanto criança. O cheiro da chuva, da grama, das árvores, da terra...
Essa lembrança afetiva me apaziguou e clareou todo o meu dia, foi o suficiente para esquecer todo estresse e começar tudo outra vez. Um bom dia para todos nós.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Novas Diásporas
Segundo Renato Nunes Bittencourt em seu artigo Os Sem Lugar da Humanidade, na Revista Filosofia Ciência e Vida, nº 142, Ano X de setembro de 2018: Uma das pautas mais urgentes da filosofia política em sua imprescindível concretude é a questão dos imigrantes e refugiados (...).
Diante da extraordinária e assustadora leva de hondurenhos em marcha para os EUA que assistimos recentemente e, a reação absurda e temerária de Trump, a miséria e tragédia dessas populações, se faz fundamental e urgente esta discussão.
A discussão de quem somos. Somos uma única raça ou somos várias tribos divididas por fronteiras “artificiais” e geopoliticamente traçadas? Somos mesmo todos da raça humana apenas e, como tais, com direitos fundamentais garantidos? Quem queremos ser?
Massas se deslocam pelo mundo fugindo de guerras, da miséria extrema em que vivem em seus países de nascença, de pandemias, da violência e da falta absoluta de perspectiva em todos os sentidos. Se deslocam de seus locais de pertencimento, de história e de cultura para o desconhecido buscando sobrevivência, buscando subsistência e reconstrução de suas vidas destruídas. Famílias inteiras perdem suas raízes, sua identidade em busca de alguma paz e alento para suas necessidades básicas. E o que encontram em outras terras?
A primeira coisa que temos que ter em mente para lidar com estas questões é: estamos lidando com seres humanos como nós! Então este é um problema “humanitário”.
Não se trata de fechar os olhos e dizer: Que se danem! Que o país vizinho resolva este problema, nós já temos os nossos.
Este é um problema que deve ser enfrentado por todos nós, pois se trata do ser humano cuidando de outros seres humanos.
Imigrantes e refugiados pelo mundo são o resultado do mundo que criamos. Neste mundo globalizado e tecnológico em que vivemos, não adianta dizer que não temos nada a ver com isso, é como se o mundo todo fosse uma coisa só. As guerras na Síria nos afetam sim! Sinto lhe dizer. Afetam toda a economia mundial, afetam a política mundial e tem efeitos diretos sobre a economia e a política de todos os países. Você não acredita? Existe um tal de G8 que determina a economia no mundo, tarifas de importação e exportação etc, que nem sabemos como funciona totalmente, mas entendemos que existe e regula a economia mundial.
Não adianta o Trump gritar que no meio dos hondurenhos pobres e maltrapilhos há “terroristas muçulmanos infiltrados”, as levas de refugiados continuarão chegando.
Não adianta ver o desconhecido com medo e pânico: dê nome aos imigrantes e refugiados. Isso, pergunte seus nomes, saiba da sua história porque saíram do seu lar, dos seus países, onde falavam sua língua, usavam um tipo de roupa, comiam um tipo de comida e tiveram que abandonar tudo para se aventurar num lugar muitas vezes hostil e diferente do que eles estavam acostumados. Muitas vezes enfrentar o ódio em vez do acolhimento das pessoas.
Em um mundo onde, ao que parece, o ódio está mais presente que o amor e o preconceito parece muito mais próximo de nós que o acolhimento, é muito provável que perdure a imigração de levas maiores de pessoas para outros países. Que as diásporas se consolidem nestes tristes tempos em que vivemos. E teremos que olhar para isso com olhos solidários e humanos e não com preconceito e egoísmo.
terça-feira, 17 de julho de 2018
terça-feira, 10 de julho de 2018
TRANSCRIÇÃO DE UMA CRÔNICA DE LEON ELIACHAR NA CASA DE MEU PAI, NORMANDO LOPES
O TELEFONE TILINTA E FAZ O NOSSO ROTEIRO (AGITADO) PARA UM FIM DE SEMANA (COM FINAL FELIZ)
LEON ELIACHAR (Ano III - PENÚLTIMA HORA - Rio, 3 de dezembro de 1957 - nº 580)
Um telefonema me levou à residência do Sr. Normando Ferreira Lopes e senhora, para uma reunião. Às três da manhã, dois estampidos nos levam a janela, que dá frente para a Rua Felipe de Oliveira, e os primeiro curiosos que começam a se juntar em volta de um jipe, arrastam até lá embaixo a nossa incontrolável curiosidade. Debaixo do jipe, um homem baleado (pelas costas) geme de dor, enquanto populares discutem várias hipóteses. Quem não viu, afirma coisas; quem viu, diz que não viu nada. O carro da rádiopatrulha chega ao local, mas não pode chamar a ambulância, porque o seu rádio estava enguiçado. Engraçado: chama-se “rádiopatrulha”, mas só a patrulha é que funcionava. Enfim, a Sra. Ferreira Lopes[1] ligou para a assistência e (que milagre!) em poucos instantes chegou uma ambulância que levou o homem. As discussões continuaram.
- Onde estão os guardas civis que atiraram no homem?
- Pegaram um lotação...
- E onde estão os Cosme e Damião que corriam atrás do homem?
- Estão aqui, mas também iam fugir. Fui eu quem os trouxe de volta – disse Marcelo, rapaz mais conhecido por “Bicudo” nas rodas boêmias da Zona Sul.
Diante da revolta em face do crime, considerado covarde por todos, várias testemunhas se apresentaram para indiciar[2] os Cosme e Damião como suspeitos: um funcionário da Polícia Técnica, que examinou suas armas (intatas), o Sr. Normando Ferreira, o Sr. Wolney Brandão e o Sr. Marcelo; estavam todos dispostos a fazer vir à tona a verdade. Acompanhei-os ao 2º Distrito, ainda movido pela curiosidade, pois gosto de aprender como “funciona” o nosso organismo policial.
Fiz perguntas, aparentemente absurdas: porque os guardas civis fugiram? Eles não tinham motivo para atirar? Quem me explica é outro guarda: “Ele fugiu para livrar o flagrante. Uma vez matei um homem em legítima defesa; depois dele me dar três tiros, acertei-o e ele caiu. Fui socorrê-lo e gastei 66 mil cruzeiros para me defender pelo crime de “homicídio”.
Nunca mais! Se eu for obrigado a atirar outra vez meto o pé...” O dia já estava clareando, quando o auxiliar de Comissário, Sr. Enio Jorge, me reconheceu entre os curiosos e se aproximou para me dar um abraço (apesar das minhas críticas, fiquei satisfeito em saber que também tinha fãs dentro da própria Polícia) e me disse: “Sente aqui ao meu lado; você verá coisas engraçadíssimas para escrever”. De fato, as “ocorrências” vão desfilando quase automaticamente; não para nunca. Às sete da manhã o Sr. Enio me oferece condução, num carro da radiopatrulha: “Muito obrigada, mas como é que eu vou explicar essa “carona” ao porteiro do meu edifício?...” Ia me afastar, quando o Sr. Enio pediu fogo; acendi o seu cigarro e fiquei na moita – pois vira perfeitamente quando a sua caixa de fósforos fora furtada, dentro da própria Delegacia. Sabe-se lá se ele não acabaria me convocando para testemunha? Cheguei em casa, deitei, fechei os olhos e pensei: “E dizer que se eu tivesse saído da reunião, poucos minutos antes, esta crônica hoje não sairia.” Não porque não tivesse acompanhado o crime – mas justamente porque poderia ter sido eu próprio a vítima...
[1] É engraçado notar que minha mãe não tem nome! Aliás o nome dela era Noemia.
[2] Se fosse hoje em dia, heim?
terça-feira, 3 de abril de 2018
O HOMEM DO DISCO VOADOR
Hoje cheguei arrasada no trabalho. Voltei da minha semana preciosa de recesso, de uma preciosa semana de liberdade, sem poderoso chefão, sem chefete e quando chego no meu local de trabalho: o caos está instalado!
Pilhas e pilhas de caixas de livros e documentos espalhadas pelo salão da biblioteca, porque ninguém orientou a pessoa a colocar as caixas empilhadas em um local melhor ou, mais adequado.
Explodi... tá bom, eu deveria ser mais flexível e compreender que tudo é assim mesmo e ir levando o barco para a margem segura. É que eu ainda me importo com não sei o quê.
De qualquer forma, agora depois do almoço e do incenso, eu me pergunto: o que será que dá para salvar deste dia? Aí me lembrei do homem do metrô (sempre o metrô!) e o seu disco voador.
Eu explico: estava vindo trabalhar como sempre de metrô quando observei um rapaz, sentar no meio do vagão em sua mochila.
Não sem antes tirar dela um objeto não identificado, pelo menos por mim.
O rapaz sentado na mochila começa a montar o objeto composto de duas partes: dois enormes pratos largos e grandes, no feitio de um disco voador, desses que a gente vê nos desenhos animados e começou a tocar.
Do disco voador surgiu um som totalmente inesperado e sutil que encheu o vagão de musicalidade e me fez sorrir. É claro que não só a mim!
Pois bem, eu recupero pra vocês esta sonoridade gostosa e diferente esperando que todos tenham a mesma sensação que eu e que possamos esquecer um pouco de que hoje ainda é segunda-feira.
Ah e o instrumento chama-se “hang drum”.
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